Num futuro sem trabalho, como sobreviverá a economia de mercado, com centenas de milhares de milhões sem rendimento? Vamos todos tornar-nos spam, ou seja, lixo? Qual o papel da política, no meio disto tudo? E, nós, como devemos atuar? Tendo como ponto de partida A Inteligência Artificial (IA), o Trabalho e o Humano, a segunda edição do Festival de Filosofia de Abrantes quer pôr-nos a refletir sobre questões da atualidade e que nos estão próximas. “O que já sabemos é que, com a 4ª revolução industrial que aí vem, poderemos estar à entrada do éden ou à beira do inferno”, diz Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes.
Para ajudar à reflexão, convidaram-se investigadores, filósofos e pensadores do nosso tempo. Viriato Soromenho-Marques abre o festival, no dia 9. Porfírio Silva, da filosofia da ciência, Luís Oosterbeck, arqueólogo e representante português no Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas da UNESCO, Manuel Carvalho da Silva, sociólogo, e Sara Fernandes (cidades inteligentes) falam do ponto de vista das ciências humanas. Arlindo Oliveira (presidente do Instituto Superior Técnico) e Luís Moniz Pereira (investigador português com mais publicações científicas e projetos de Inteligência Artificial) representam o lado cientifico e técnico.
Até Watson, o computador da IBM, figura no programa do festival, organizado pela Câmara Municipal de Abrantes, em parceria com o Clube de Filosofia de Abrantes, os municípios de Mação e Sardoal e a Palha de Abrantes – Associação de Desenvolvimento Cultural. Diogo Tudela e Leonel Moura, com os seus robôs pintores, levam ao festival o olhar a partir do mundo das artes. E do estrangeiro vêm Jean Haentjens, economista e urbanista (França), e Nina Power, filósofa (Reino Unido).
O teatro tem lugar marcado na escola secundária da cidade com Do Princípio ao Fim, pelo Teatro das Beiras, e com A Voz Humana, de Jean Cocteau, pelo Grupo de Teatro Palha de Abrantes, que se apresenta na Biblioteca Municipal António Botto. A música chega pelo trio X-TRI_OPEN, que junta Carlos Bechegas nas flautas e processador de efeitos, Ulrich Mitzlaff, no violoncelo, e Carlos Santos, no Lap-top.
O debate “Robótica e trabalho: desafios políticos” leva a Abrantes alguns representantes dos vários partidos políticos com assento na Assembleia da República. Em terra de tradição filosófica – onde não falta um Clube de Filosofia que, há seis anos, desenvolve atividade continuada, com sessões mensais, e uma rádio local, com uma rúbrica de filosofia semanal – Abrantes presta, durante o festival, homenagem a Eduardo Lourenço, pensador que mais tem contribuído para reflexão da sociedade portuguesa. Uma feira do livro temática, um recital de poesia política e uma exposição de livros no centro histórico, completam o programa, que se estende até ao dia 18 de novembro.
Vários locais de Abrantes > 9-18 nov > grátis
ONDE DORMIR E COMER NA REGIÃO
Monte da Várzea
Rodeado de campos agrícolas que se estendem até ao Tejo, este turismo rural fica a cerca de 20 quilómetros de Abrantes, na freguesia de Casa Branca. Recebe até 28 hóspedes, divididos por 12 casas de diferentes tipologias. > T. 96 776 6530 > a partir de €75
Restaurante
Santa Isabel
Localizado no centro histórico, serve pratos regionais como achigã grelhado, açorda de sável, coelho na abóbora e cabrito assado (estes últimos, só por encomenda).
> R. Santa Isabel,
12, Abrantes
> T. 241 366 230
> seg-sáb 12h-22h
Palha de Abrantes
É o doce mais célebre da região, feito de gema de ovo com amêndoa, folha de hóstia e coberto por fios de ovos ligeiramente tostados.
Pastelaria Tágide Gourmet > Lg. Padre Catarino, 2, Abrantes > seg-sáb 8h30-19h, dom 8h30-13h
Palha de Abrantes > Pç. Barão da Batalha, Abrantes > seg-dom 8h-20h