
Pizzaria ZeroZero
COMER
Os sabores do Parque
das Nações
Ninguém pára José Avillez, apetece logo escrever, para dizer que o chefe de cozinha – que ainda há dois meses inaugurava a Cantina Zé Avillez, no Campo das Cebolas – acaba de abrir, no Parque das Nações, o seu (terceiro) Cantinho do Avillez. “É uma zona da cidade que está ligada aos oceanos e à abertura de Portugal a outros povos e culturas, uma faceta do País e dos portugueses que eu tanto admiro. Achei que faria sentido trazer para aqui um restaurante que celebra também essa abertura
ao mundo”, justifica.

O chefe José Avillez é o mais recente “inquilino” do Parque das Nações. Para a zona oriental de Lisboa levou o (terceiro) Cantinho do Avillez, restaurante de ambiente familiar e cozinha portuguesa contemporânea, com influência de viagens
Na Rua do Bojador, entre restaurantes e bares – e alguns espaços vazios, diga-se –, o novo Cantinho do Avillez, também ele decorado pela arquiteta e designer Joana Astolfi, inclui os clássicos peixinhos da horta (€5,50), o tártaro de atum com sabores asiáticos (€11,25), os carabineiros do Algarve com molho thai (€39,50) e a sobremesa Avelã3 (€5,50). Nesta nova morada, haverá um ou outro prato novo, como a moqueca de corvina e camarão (€14). “O Parque das Nações está, e estará sempre, ligado à Expo’98, um acontecimento que mudou para sempre a zona oriental de Lisboa, que projetou o nome de Portugal no mundo e que nos deixou ótimas recordações”, diz José Avillez.

No restaurante italiano Forneria, bruschetta com queijo de cabra, azeitonas e tomate seco, uma das novas entradas preparadas pelo chefe de cozinha André Veríssimo
Diana Tinoco
Muito antes de o chefe com duas estrelas Michelin aqui instalar-se, já André Veríssimo andava por estes lados a comandar a cozinha do restaurante Forneria, aberto em setembro de 2016, perto da Ponte Vasco da Gama. Aproveite–se a esplanada para provar duas novidades da ementa: a focaccina, que tem uma base de pizza bem fina com azeite, alecrim e acompanha com pesto (€2,50), e a bruschetta com queijo de cabra, azeitonas e tomate (€6). A refeição pode continuar com o linguini de camarão e cogumelos (€14,50) ou o gnocchi com salsicha fresca (€13). “É tudo feito aqui, com produtos comprados em Itália. Queremos ser genuínos”, afirma André Veríssimo, que em outubro do ano passado assumiu também a cozinha da nova mariscaria Mar. Ali, o peixe e o marisco servem-se à mesa já cozinhados, mas também se pode levar cru para serem preparados em casa. Dentro de duas semanas, haverá novos pratos para saborear, até lá prove-se a mariscada (€60, 2-3 pessoas), composta por percebes, ostras, camarões, gambas do Algarve, lagosta e sapateira. Entre as sugestões mais pedidas encontram-se o arroz de marisco (€38, 2 pessoas) e o polvo assado com batata-doce, molho fricassé e pimentos padrón (€16).
Desde o verão passado que a pizzaria ZeroZero, conhecida no Príncipe Real pelas suas pizzas artesanais, de massa fina, crocante e de longa fermentação, chegou ao Parque das Nações. Além da Formaggiosa (€13,50) com tomate, mozzarella Fior di Latte, gorgonzola, espinafres e nozes, e da Salsiccia e provola affumicata (€16,50), feita com mozzarella Fior di Latte, salsicha, queijo provola fumado, tomate-cereja marinado e alecrim, por exemplo, a carta desta ZeroZero aposta ainda em risotos. Mudando dos sabores italianos para os asiáticos, o Quanjude quer distinguir- -se dos demais restaurantes chineses por servir uma cozinha genuína – e pelo pato à Pequim (€26,90 meio pato, €49,90 pato inteiro, para 3 pessoas). Aberto em agosto de 2017, o Quanjude é o primeiro em Portugal e na Europa de uma cadeia, composta por mais de 50 restaurantes na China, reconhecida por confecionar o melhor pato à Pequim. Mas a ementa apresenta outras sugestões da região de Sichuan, província do Sudoeste da China: ovos mil anos (de pato) com tofu (€7), algas pretas picantes (€4,90) e peixe grelhado à Zhuge (€39,90).
Muito perto da Torre Vasco da Gama fica o restaurante vegan Miss Saigon, aberto há nove anos, que junta à mesa o Ocidente e o Oriente, de forma sustentável, equilibrada, amiga dos animais e do ambiente. “A ideia foi pegar em pratos típicos de todo o mundo e adaptá-los à cozinha vegana, retirando-lhes a carne e o peixe e utilizando produtos, na sua maioria, biológicos e de pequenas produções”, descrevem os proprietários Cláudia Salú e Paulo Almeida. As especiarias e as ervas aromáticas frescas, dizem, são as matérias-primas a partir das quais criam novos pratos, sempre diferentes todos os dias e todas as semanas (€9,95, degustação que inclui a prova dos três pratos diários), como os korokkes (um croquete japonês), cubos de tofu tostados com lemongrass, malagueta e arroz negro (Vietname), Pad Thai (Tailândia), rendang de seitan (Indonésia), biriani com tofu ou tikka (Índia), palak de tofu (Nepal) e hunkar begendi (Turquia).

A viagem de teleférico faz-se a 30 metros de altura e dura entre oito a dez minutos
Diana Tinoco
AR LIVRE
Um passeio
ao longo do Tejo
Pedem mesmo uma caminhada, os cerca de cinco quilómetros sempre paralelos ao rio e ao longo dos quais se estende o Parque das Nações. Seja, ora por pontes em madeira ora por caminhos em calçada portuguesa, seja de bicicleta (basta procurar uma das estações da Gira, serviço de bicicletas partilhadas de Lisboa) ou mesmo em passo de corrida, que a distância também pode servir de treino.
Das várias alternativas, escolha-se como ponto de partida a Torre Vasco da Gama, que, com os seus 145 metros de altura, foi miradouro durante a Expo’98, e, posteriormente, transformada em hotel. Dali até à Ponte Vasco da Gama é um “pulinho” de 1 500 metros. Pelo caminho, aprecia-se a paisagem, feita de diversas tonalidades do azul da água e do céu, do verde dos pinheiros-mansos e das zonas relvadas. E para exercitar pernas e braços, não faltam sete aparelhos, chamados biossaudáveis. A nossa atenção foi, no entanto, para a escultura em bronze da autoria da pintora e escultora Audrey Flack, nascida em Nova Iorque. A obra presta homenagem a Catarina de Bragança, filha de D. João IV, e é uma das muitas que embelezam o Parque das Nações. Dos bancos listados de Carrilho da Graça às estátuas de João Cutileiro, basta estar atento para encontrar trabalhos de artistas portugueses fundamentais: Fernanda Fragateiro, Pedro Calapez, Pedro Cabrita Reis, Jorge Vieira, entre muitos outros.
Estamos na Estacada das Gaivotas e nesta ponte em madeira veem-se dois pontões, poiso preferido de Joaquim Pinto, 64 anos, e António César, 65, moradores em Sacavém. “Há mais de dez anos que venho para aqui pescar”, conta-nos Joaquim, o mais conversador. “É uma terapia”, atira em tom animado, antes de deixar uma queixa. “Já se pescou melhor, a poluição e a apanha da amêijoa tem afastado o pescado daqui.” António, que pesca desde pequeno, concorda. Com o adiantar da conversa, ficamos a saber que por aqui ainda vão passando robalos e xarrocos, e nesta época começam a entrar as corvinas, para a desova. Lição aprendida. Seguimos adiante e, já no Caminho dos Estorninhos, numa zona rodeada por árvores, descobre-se o Clube de Padel. Com sete campos, ali pode-se jogar o dia inteiro, e à noite, porque têm iluminação artificial. “Os principais utilizadores são pessoas que trabalham na zona, mas o número de moradores tem crescido muito”, diz Eduardo Santos, um dos responsáveis. Para lá de reservar os campos, há aulas com monitores especializados, torneios e jogos organizados pelo clube.
O passeio segue (literalmente!) debaixo da Ponte Vasco da Gama – inaugurada a 29 de março de 1998, dois meses antes da abertura da Exposição Mundial – e a ligar o Montijo e Alcochete a Lisboa e Sacavém. Neste canto, quase deserto, Valter Sousa, 28 anos, aproveita as miniférias em Lisboa para dar umas voltas e saltos no skate park. “Está cheio de buracos e degradado”, diz, e deixa um aviso: “Quem sabe andar bem de skate consegue evitá-los, mas para os mais pequenos, ou inexperientes, pode ser um perigo.” Quem quiser continuar, o caminho segue até ao rio Trancão, a marcar a fronteira com o concelho de Loures. Nós, ficamos já por aqui.

Ao longo do passeio ribeirinho, há bancos de jardim para ficar a apreciar a vista e máquinas de exercício físico para os mais desportistas. Por ali também se pode correr e andar de bicicleta
Diana Tinoco
COMPRAR
De olho nas montras
Na 4Run, no Passeio Júlio Verne, pode dar-se uma volta ao quarteirão com os ténis antes de os comprar. “Assim a experiência é mais real”, diz
Ricardo Sá, um dos sócios desta loja especializada em corrida e trail, que conta com marcas como as americanas Brooks e Saucony. Do desporto para a decoração, descobre-se a Loja Minimal, mesmo ali perto, que reúne mobiliário e peças de design com assinatura de nomes como Achille Castiglioni, Arne Jacobsen ou Philippe Starck.
Já no coração do Parque das Nações, na movimentada Avenida D. João II, está a livraria Almedina Oriente. A funcionar desde 2009, numa área de 300 metros quadrados, aposta nos segmentos de direito, fiscalidade e negócios, mas também nos livros de ficção e infantis. Bem perto do Casino Lisboa, a montra colorida da Batuke atrai o olhar de quem passa, convidando a entrar para espreitar o mobiliário, as peças de roupa e bijuteria, e os objetos decorativos africanos. Nesta loja aberta há uma década, chamam ainda a atenção as capulanas, panos tradicionalmente usados pelas mulheres moçambicanas para cobrir o corpo e a cabeça, também utilizados para transportar os filhos ao colo. Da Suazilândia chegam a cestaria e as velas, e, da África do Sul, os anéis, fios, pulseiras e castiçais feitos de maboque, um fruto tropical africano. S.L.F.

Livraria Almedina
Diana Tinoco
Altice Arena
Rossio dos Olivais, Lisboa > T. 21 891 8409
Oceanário de Lisboa
Doca dos Olivais, Lisboa > T. 21 891 7000 > seg–dom 10h-20h (última entrada até às 19h) > 0-3 anos grátis; 4-12 anos e > 65 anos €10 a €12; 13–64 anos €15 a €18
Pavilhão do Conhecimento – Centro de Ciência Viva
Lg. José Mariano Gago, Lisboa > T. 21 891 7104 > ter-sex 10h-18h, sáb–dom 11h-19h > 3-11 anos €6, 12-17 anos €7, > 65 anos €9
Teatro Camões
Passeio do Neptuno, Lisboa > T. 21 892 3470
Casino Lisboa
Al. dos Oceanos, 45, Lisboa > T. 21 892 9000 > seg-dom 15h-3h
River Lounge Bar
Myriad by Sana Hotels > Cais das Naus, Lt. 2.21.01, Lisboa > T. 21 110 7800 > seg-dom 10h-2h
Oriente Sky Bar Lisboa
Hotel Tivoli Oriente > Av. D. João II, Parcela 1.14, Lt. 3, 16º andar, Lisboa > T. 21 891 5100 > seg-dom 17h-1h
Arcádia
A loja de chocolates fundada no Porto,
em 1933, abriu em
novembro passado no Parque das Nações. Ali vendem-se amêndoas de chocolate de leite, línguas-de-gato de chocolate e bombons sortidos. Para completar a oferta, há gelados
e macarons.
Al. dos Oceanos, 41, Lisboa > T. 21 895 1036 > seg-sáb 9h-19h, dom 11h-18h30
Oficina do Gelado
Junto ao Casino
Lisboa, os gelados e sorbets são preparados à vista dos clientes. Comuns a todos são os ingredientes: leite do dia e natas frescas, fruta nacional e frutos secos de qualidade. Para quem não é de arriscar, há chocolate, nata, morango e pistácio; para os mais aventureiros, caramelo com flor de sal ou chocolate negro com laranja que, à boa maneira italiana, se servem à espátula e não em bola.
Alameda dos Oceanos, 43E, Lisboa > T. 21 192 9540 > ter-qui 12h-20h, sex-sáb 12h-23h
Cantinho do Avillez
R. do Bojador, 55, Lisboa > T. 21 870 0365 > seg-
-sex 12h30-15h, 19h-24h, sáb-dom 12h-24h
Forneria
Via do Oriente, 16, Lisboa > T. 21 803 9954 > seg-dom 11h-23h
Mar
R. Ilha dos Amores, 62E, Lisboa > T. 96 016 6641 > seg-sáb 12h30-
-15h, 19h-23h
Miss Saigon
Av. Boa Esperança, 4C, Lisboa > T. 21 099 6589 > seg-sex 12h-16h
Quanjude
R. do Polo Norte, 1.06 21, Lisboa > T. 92 603 3333 > seg-dom 12h-15h, 19h-23h
ZeroZero
Al. dos Oceanos,
lt. 2.11.01H >
T. 21 895 7016
> dom-qui 12h-24h, sex-sáb 12h-1h
4Run
Passeio Júlio Verne, Lisboa > T. 21 154 3649 > seg-sáb 10h-20h
Almedina Oriente
Ed. Infante, Av. D. João II, lt. 1.16.05, fração B loja, piso 1, Lisboa
> T. 21 894 1285 >
seg-sex 10h-19h
Batuke
Al. dos Oceanos, 43F
> T. 21 894 3238 >
seg-sex 10h-19h
Loja Minimal
Pátio das Pirogas, 3F, Lisboa > T. 21 894 1040 > ter-sáb 11h-21h, dom 14h30-21h
Clube de Padel
Caminho dos Estorninhos > T. 21 096 6443 > €6/hora, €60/mês
Gira – Bicicletas
de Lisboa
T. 21 116 3060 > €2 (passe diário), €15 (passe mensal), €25 (passe anual)
Teleférico
– Telecabine Lisboa
Passeio das Tágides
– Estação Norte
(próximo da Torre Vasco da Gama), Passeio Neptuno
– Estação Sul (próximo do Ocenário) > seg-dom 10h30-20h > adultos €3,95 (ida), €5,90
(ida e volta), 7-12 anos, > 65 anos €2 (ida), €3,35 (ida e volta),
> 6 anos grátis