No 26º andar, fica o miradouro e uma varanda de vidro de onde se vê a zona ribeirinha de Belém, a outra margem e o Tejo. Ali mesmo ao lado, circulam carros, motos, camiões e o comboio
Marcos Borga
A curiosidade era mais que muita, mas diante da varanda transparente, os pés ficam presos ao chão. Estamos a 70 metros de altura e hesitamos (como não?!) em dar o primeiro passo em direção a esta espécie de caixa de vidro – chão incluído – que se abre ao rio. O desafio será impróprio para quem tem vertigens e o truque é não olhar para baixo para percorrer (sem medos) os 2,70 metros que tem aqui o miradouro – afinal a cereja no topo do bolo é esta sensação de ficar (quase) a pairar e uma perspetiva nunca antes tida sobre a zona ribeirinha de Belém, a outra margem e o Tejo. Ali mesmo ao lado, circulam carros, motos, camiões e o comboio.
Se a experiência mais intensa é o miradouro no topo do Pilar 7, onde só podem estar 40 pessoas ao mesmo tempo, há outras à espera de quem visitar este que é também Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril, inaugurada a 6 de agosto de 1966. A entrada faz-se pela Avenida da Índia (entre o Hotel Vila Galé Ópera, os terrenos do Museu da Carris e o cowork Village Underground) e, ainda no exterior, discos de metal de grande dimensão dão a conhecer pormenores da sua construção.
A primeira paragem faz-se na sala onde está a maqueta original do projeto. Exposta ao público pela primeira vez, é a peça central de uma cronologia que começa em 1824 com a aprovação da patente do cimento Portland, que marcou o início da aplicação do betão na construção, e vai até à abertura da Experiência Pilar 7, que custou 5,3 milhões de euros, metade dos quais provenientes da taxa turística que Lisboa cobra aos seus visitantes (os outros 50% são investimento da Associação de Turismo de Lisboa que vai gerir a estrutura nos próximos 15 anos e pagar à Infraestruturas de Portugal uma renda anual de 90 mil euros).
A partir daqui, acedemos ao maciço central, estrutura oca em betão que é o principal suporte da ponte nesta margem do Tejo – aquela onde pode ler, em letras garrafais, Ponte 25 de Abril. Nas paredes da Sala dos Trabalhadores, sucedem-se, entre sons metálicos, as projeções de fotos e informações diversas. Ao fundo, um primeiro elevador eleva-nos acima do azul das águas do Tejo para chegarmos a uma outra plataforma, onde estão as principais amarrações dos cabos de sustentação da ponte.
Depois, há ainda a sala dos espelhos, a criar a ilusão de profundidade e um primeiro teste a quem tem vertigens. Voltamos a sair para um passadiço, que é já uma varanda sobre a cidade a 10,72 metros de altura, e de onde se acede ao elevador panorâmico que nos há de levar até ao 26º andar, onde fica o miradouro e a tal varanda de vidro que já se vê cá de baixo.
Marcos Borga
A sala de Realidade Virtual, no final do percurso e com preço de entrada à parte, permite visitar locais inacessíveis da estrutura da ponte, como o ponto mais alto das torres ou o tabuleiro ferroviário, e registar o momento numa fotografia que se envia depois para o email ou para as redes sociais.
Experiência Pilar 7 – Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril > Av. da Índia, Lisboa > seg-dom 10h-20h (até 30 set), até 18h (out-abr) > €6, estudantes/+ de 65 anos €4, crianças até 5 anos e portadores do Lisboa Card grátis, grupos (min. 10 pessoas) €4, Realidade Virtual €1,50