Até domingo, 24, percorram-se as ruas de Alfama, Castelo e Mouraria, para descobrir as instalações artísticas dos cerca de 300 participantes do Paratissima, o festival de arte contemporânea que acontece pela primeira vez em Lisboa. “O objetivo é dar aos artistas, emergentes e firmados, a oportunidade de mostrar o seu trabalho fora dos circuitos consagrados da arte”, explica a italiana Chiara Pussetti, da EBANOCollective, que trouxe o Paratissima de Turim, onde acontece desde 2004. “Não se trata de transformar a rua numa galeria, tanto mais que os artistas são desafiados a trabalhar com a comunidade, a conhecer os contextos socioeconómicos de cada bairro”, sublinha a antropóloga que vive em Lisboa há 16 anos.
Com duas entradas principais – o Largo do Chafariz de Dentro e a Rua da Mouraria, junto ao Martim Moniz –, o percurso estende-se ao longo de dois quilómetros e meio, a passar por lugares menos conhecidos. Como o edifício do antigo Colégio dos Meninos Órfãos, na Rua da Mouraria, onde está instalada a Fundação Inatel (vale a pena subir a escadaria revestida a azulejos e visitar o jardim). Ou o Páteo Dom Fradique, junto ao Castelo, com o trabalho dos artistas a refletir o estado de abandono em que se encontra e a trazer à memória antigos moradores.
Por Alfama, há azulejos que contam sonhos e rostos de fadistas grafitados, enquanto na Rua Marquês Ponte de Lima, em plena Mouraria, é uma rapariga que nos fita, ela que está do outro lado dessa muralha que a Europa ergueu. Também ali estão expostos os desenhos de Takoua Ben Mohamed, jovem refugiada tunisina a viver em Itália, que vem ao Paratissima Lisboa como artista convidada.
No palco improvisado no Largo de São Miguel decorrem os desfiles de moda (sex e sáb, 21h30) e no Largo da Rosa, todos os dias, ouve-se música. Tudo assinalado no mapa que vai estar a ser distribuído.
Paratissima > Alfama, Castelo e Mouraria, Lisboa > até 25 jul, qui-dom 17h30-24h