Muitos viram The Handmaid’s Tale no Netflix, série sobre a exploração feminina extrema, imaginada pela escritora canadiana. Este livro também já está transformado em episódios de televisão: Chamavam-lhe Grace (Bertrand, 480 págs., €19,90) explora um caso verídico, o da criadinha imigrante Grace Marks, presa e acusada de ter assassinado, juntamente com um parceiro, o patrão e a sua governanta e amante grávida. Algo que Grace diz, após uma confissão inicial, não se recordar de ter feito.
Almas bem-intencionadas e espíritas contratam um especialista em saúde mental, Simon Jordan, para apurar a culpa ou a inocência da rapariga. Alternando pontos de vista, fornecendo contexto, o romance retrata bem a época vitoriana, classista, puritana, preconceituosa – perante a qual uma mulher só, à mercê de uma sociedade patriarcal abusiva, não tem hipóteses. Onde é que já ouvimos isto?…