1. Confeitaria Peixinho
É considerada a casa mais antiga de ovos-moles (1856). A remodelação, em 2018, deu-lhe ares de salão de chá parisiense e revestiu-a de tons suaves (rosa, verde-água, azul-bebé e amarelo), que saltam das caixas do doce conventual aveirense (nascido no Convento de Jesus de Aveiro, atual Museu de Santa Joana), que ocupam as prateleiras de alto a baixo. À entrada, numa rara primeira edição d’Os Maias, Eça de Queirós (que viveu parte da infância em Aveiro) descrevia-o: “É um doce muito célebre, mesmo lá fora. Só o de Aveiro é que tem chic…” Nos dois pisos, e além dos ovos-moles revestidos de hóstias com motivos marítimos, provam-se barquinhos, glorinhas, cornucópias, raivas e almendrados. R. de Coimbra, 9 > T. 91 649 0676 > seg-dom 10h-20h
2. Barco ecológico

O turismo náutico e de Natureza tem dado a conhecer as águas escondidas da ria de Aveiro. É o caso do Gaivinha, um barco movido a energia solar, que Sandra Oliveira e o marido, Estêvão Castro, puseram a navegar em 2020, organizando várias experiências, entre elas percorrer os antigos esteiros (canais estreitos de difícil acesso, que conduziam às marinhas de sal), passear pelas águas da ria ou fazer birdwatching. As viagens (a partir €15) da empresa Sterna, nome científico da andorinha-do-mar, são guiadas e podem incluir degustação de ovos-moles. sterna.pt
3. Ostras e salicórnia

Há seis anos, quando o casal Sandra e Sandro Sousa adquiriu a antiga Marinha Passagem, a intenção passava por “produzir ostras para valorizar o produto”. Entretanto, o projeto de aquacultura de ostras Ostraveiro cresceu e evoluiu para a degustação destes bivalves, produzidos nas águas da ria, e para o alojamento em dois barcos-casa e um ninho de sal. Servem-se ostras (ao natural com limão, gratinadas, panadas, com mel e gengibre) e dão a provar salicórnia (planta que cresce em ambientes salinos) com camarão, cogumelos ou ovos mexidos. As provas, à distância de uma pequena travessia de barco junto às salinas de Aveiro, acontecem de quarta a domingo, com reserva prévia. Ostraveiro > qua-dom 12h30-18h30 > T. 91 345 3876 > ostraveiro.com
4. Passadiços de Aveiro

Com cerca de sete quilómetros, acompanham a ria de Aveiro, a pé ou de bicicleta, num mergulho no seu ecossistema. Entre o cais de São Roque e o Rio Novo do Príncipe, em Vilarinho, observam-se as muitas espécies – como a garça-vermelha, a perna-longa, os flamingos, as andorinhas-do-mar-anãs – que habitam entre os muitos pântanos de água doce e estuários, que se localizam numa das maiores zonas húmidas do País.
5. Restaurante Salpoente

Nascido da recuperação de dois antigos armazéns de sal, no canal de São Roque, o restaurante é um tributo às matérias-primas da região. Com o chefe Duarte Eira ao leme, desde 2013, servem-se (à carta ou em menu de degustação) ostras da ria de Aveiro gratinadas com bechamel de algas, enguia fumada, bacalhau confitado e ainda carne marinhoa. Canal de São Roque, 82, Aveiro > T. 234 382 674, 91 513 8619 > seg-dom 12h30-15h, 19h30-22h30 > salpoente.pt
6. Arte Nova
Serão uma dezena os edifícios com fachada no estilo Arte Nova, movimento que em Portugal surgiu no início do século XX, que valeram a inclusão de Aveiro nas 20 cidades mundiais da Rede Art Nouveau. Alguns exemplos: os motivos naturais (flores e animais) na fachada da Casa do Major Pessoa, atual Museu de Arte Nova, com as formas curvilíneas nas cantarias; o coreto octogonal de ferro no Parque Municipal Infante D. Pedro ou a antiga casa do arquiteto Silva Rocha, com os painéis de azulejos policromáticos. Museu Arte Nova > R. Barbosa Magalhães, 9-11, Aveiro > T. 234 406 485 > ter-dom 10h-12h30, 13h30-18h > €2
7. Centro interpretativo do moliceiro

São comparados às gôndolas venezianas, o que levou o jornal britânico The Guardian a eleger a viagem nos moliceiros como uma das mais românticas do mundo. Numa visita ao Estaleiro-Museu do Monte Branco, na Torreira, fica-se a saber como são construídos estes barcos, que serviam para apanhar moliço e que entraram recentemente para o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Com pinturas alusivas ao quotidiano, religião, História ou até de natureza erótica, são muito poucos os mestres de construção naval que ainda os fazem. Estaleiro-Museu do Monte Branco, Torreira > ter-sáb 14h-19h
E ainda…
Festival dos Canais
Um festival multidisciplinar de encontro de artes. De 12 a 16 de julho, em vários locais da cidade, haverá espetáculos para todos os públicos: dança contemporânea (Desanuda, de Maitane Sarralde, nos Claustros da Igreja da Misericórdia; Full of Flies, de Ophélie Parot, no Museu da Tromcalhada); circo contemporâneo (Lemniscate, pela companhia Bivouac, no Jardim da Fonte Nova); e música. António Zambujo, Camané e Ricardo Ribeiro encerram o festival no domingo, 16 jul, no Cais da Fonte Nova. Programação em festivaldoscanais.pt
Chefs on Fire
O primeiro pop up do festival que junta comida, fogo e música, acontece nos dias 14, 15 e 16, integrado no Festival dos Canais, no Parque Infante D. Pedro. Os chefes de cozinha Luís Gaspar, Cristiano Barata (14 jul), João Cura, Pedro Braga (15 jul), César Vitorino e Rafaela Louzada (16 jul) preparam os menus de almoço e jantar (12h-17h, 18h-23h), ao som da música da banda Ditch Days e You Can’t Win, Charlie Brown (14 jul), Cassete Pirata e Best Youth (15 jul), Tiago Nacarato e Budda Power Blues (16 jul). €40 > chefsonfire.pt
1877 Estrela Palace
Situado de frente para a ria de Aveiro, foi casa de uma família burguesa e funcionou, nos últimos anos, como Pensão Estrela. Um projeto de restauro deste palacete dá agora a ver o teto rendilhado, nove luxuosos quartos (a partir €200) e um bar com esplanada, no último piso.