Chegamos à Quinta de Soalheiro já com o sol a perder-se no horizonte, subimos ao topo da adega, onde fica a sala de provas, que dá acesso ao terraço, e espreitamos a vista sobre o vale e as vinhas, levemente tocadas pela brisa fresca de outono. Ao fundo, vê-se a vizinha Espanha e adivinha-se o rio Minho a serpentear escondido por entre a paisagem. “É fundamental para criar este microclima”, diz Maria João Cerdeira, que com o irmão, António Luís, comanda os destinos do Soalheiro.
Apesar de ligada ao Alvarinho, há mais de 40 anos, a história da Quinta de Soalheiro não se esgota no vinho. Depois de renovada a adega e alargado o circuito de provas, surgiu a Casa das Infusões, o mais recente capítulo desta narrativa, em que se conta a história da família e se valoriza o território da Região dos Vinhos Verdes. Trata-se de uma pequena habitação de traço rústico, em pedra, com escada interior em caracol, alpendre e uma mesa de jardim em ferro.
Ao todo, são três quartos, com capacidade para alojar seis pessoas, batizados com nomes de plantas que crescem à sombra das vinhas: perpétua vermelha, hortelã-verde e alfazema. Tem ainda uma cozinha e uma sala de estar comum, onde, nos dias frios, se acende a lareira e é servido o pequeno-almoço (incluído na estada). Conte-se com produtos locais, como os queijos da Prados de Melgaço, a compota e o mel da Quinta de Folga, e uma prova de infusões da Soalheiro Herbal Tea Selection, que dão o mote ao alojamento.
Em frente à casa ficam as estufas de ervas aromáticas e o alpendre, onde acontecem as provas temáticas. Ao lado, está a horta biológica, que também se pode visitar. “Preservar o que temos e proporcionar uma experiência sensorial às pessoas, que lhes permite cheirar, tocar e experimentar, é o mais importante”, sublinha Maria João. Fica o convite.
Casa das Infusões > Quinta de Soalheiro > Charneca Alvaredo, Melgaço > T. 251 416 769 > €120 (mínimo duas noites)