A viagem até à Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, em Sabrosa, no Douro, pode ser um desafio, mas quando se contempla este “excesso de Natureza”, como escreveu Miguel Torga, sobre a paisagem duriense, tudo vale a pena. A quinta com mais de 250 anos, propriedade da família Amorim desde 1999, tem 11 quartos instalados numa antiga casa senhorial – três dos quais com acesso a um terraço privado –, de onde se olham as águas do Douro e a beleza das vinhas. Apesar de todo o conforto no seu interior, com várias salas e um wine bar, é lá fora que apetece estar – seja a dar um mergulho na piscina, seja a visitar o muito que há para ver nesta quinta, como a capela de 1795 sempre de portas abertas.
Também com o vinho como inspiração, mas num cenário mais urbano, a Cocorico Guesthouse, na zona da Batalha, no Porto, fica num edifício do séc. XIX, e conta ainda com um restaurante de cozinha francesa aberto à cidade. Os três andares com quartos e suítes têm áreas muito generosas e nomes de casais portugueses e franceses como Victor e Amália, José e Josephine, Catarina e Benoit, Carla e Alban… E é tão fácil apaixonarmo-nos por eles – uns pintados de azul-mar, outros de amarelo, outros ainda em cor de tijolo – onde salta à vista um certo savoir-faire. A manhã começa com um pequeno-almoço francês, irresistível, claro, entre croissants e compotas, numa sala que poderia ser uma viagem de comboio pelo Expresso do Oriente, com as mesas separadas por divisórias de vidro, a fazer lembrar as cabinas de uma carruagem.
Difícil querer sair daqui, portanto, mas nada como rumar a Sul para conhecer um lugar que é uma casa longe de casa. No Craveiral Farmhouse, em São Teotónio, todas as atividades fazem os ponteiros do relógio andar mais devagar, entre um copo de vinho e o pôr do sol à beira da piscina. Neste antigo campo de cravos, daí o nome, pode-se escolher entre 38 casas, todas pintadas de branco, com espaço para casais ou famílias, e uma construção feita segundo preocupações ambientais.
As mesmas que teve o Santa Bárbara Eco-Beach Resort, na Ribeira Grande, a 25 minutos de carro de Ponta Delgada, nos Açores. Este resort aninhado na paisagem, como se ali tivesse nascido por natureza, entre a montanha que abriga a Lagoa do Fogo e o mar, fica debaixo de um céu que, num só dia, nos brinda com todas as estações do ano. A arquitetura e os materiais utilizados foram uma prioridade, entre a madeira, a pedra de lavoura, a rocha de origem vulcânica e a cortiça. Há vários novos quartos, todos desenhados para fora, todos com os Açores lá dentro.
E quando a vontade de regressar à cidade surge, a Casa Amora, em Lisboa, é amor à primeira vista. Fica no bairro das Amoreiras e tem o encanto de um prédio do século XX, revestido a azulejo, com tetos trabalhados e um terraço acolhedor. Os nomes dos quartos prestam homenagem a Lisboa, através de figuras que marcaram a cultura portuguesa, como Florbela Espanca, Amália Rodrigues ou Beatriz Costa. Lá fora, um terraço convida a conversas e a tardes sem pressas. E, agora, já sabe, o próximo fim de semana prolongado é já em outubro.