Tudo começou em plena pandemia, no início de 2020. Sebastião Melo tinha perdido o trabalho e a carga horária de Madalena Burguete tinha sido reduzida. O casal arregaçou mangas e entrou numa viagem que nunca tinham pensado iniciar, a criar a sua própria marca de roupa: a GOAT Wearable Culture. O ponto de partida foi o Algarve. Rumaram até a sul e passaram a quarentena a criar um novo conceito que alia a sustentabilidade à liberdade.
Formados em Marketing e Publicidade e em Design, respetivamente, os dois jovens utilizaram o seu know-how para acompanharem as tendências e ferramentas e tecnologias utilizadas atualmente na indústria têxtil. “Existe um excesso de comunicação que promove o fast fashion e os altos níveis de consumo, levando as pessoas a comprar e consumir mais do que em qualquer outro período da nossa história”, diz à VISÃO Sebastião.
Foi, assim conta, o seu fascínio pelo hip-hop que o fez querer ligar roupa e música. “Crescemos ao som de alguns dos GOATS [acrónimo para Greatest of all times] do Hip-Hop e RnB e, ao longo da vida, ficámos fascinados com o poder da música e a capacidade que tem para unir pessoas e criar ambientes multiculturais onde aspetos superficiais ficam à porta”, diz o fundador, sublinhado a intenção de imortalizar e homenagear grandes artistas, como Tupac Shakur, Eminem, Snoop Dogg ou Kendrick Lamar.
Estes artistas têm um “impacto muito forte no crescimento e desenvolvimento pessoal de quem os ouve. Contam-nos as lutas quotidianas que vivem e como deram a volta por cima, vingaram e criaram uma carreira à volta da sua arte”, dizem ainda os fundadores da marca, acrescentando que “os clientes sentem que ao usar a sua GOAT estão também a vestir Cultura”.
Os produtos e a criação dos bordados são desenhados e pensados de forma a honrar alguns dos Greatest que fazem parte da Cultura Urbana, desde o final dos anos 80 até ao presente.
A marca de roupa tem o selo de sustentabilidade bem presente, já que todos os produtos são feitos de algodão orgânico e toda a linha de produção tem zero plásticos e zero poluição. “Acreditamos que o papel [das empresas têxteis] passa por alertar a sociedade, lembrando-a que o planeta Terra e os seus recursos são limitados e têm de ser bem cuidados e geridos. A GOAT Wearable Culture quer ser uma marca ativa nesta temática sensível e o produto é um reflexo dessa vontade”, afirma Madalena, referindo ainda que a marca conta com a certificação de algumas organizações que lutam contra o fast fashion, como a GOTS (Global Organic Textile Standard) e a PETA (People for the Ethical Treatment of Animals).
Considerada uma marca slow fashion e unissexo pelos seus fundadores, a coleção inclui peças em tons de preto, branco e azul-escuro. Bonés, t-shirts, sweatshirts e acessórios como bolsas de cintura estão presentes no catálogo, com preços que variam entre os 25€ e os 60€. As peças podem ser adquiridas através do site ou por encomenda através das contas de Facebook e Instagram da marca.