
Sven Fiel, criador da loja Chess & Hats, organiza concertos, ao sábado, nas Galerias Lumière. A partir das 16h podem ouvir-se bandas de vários géneros musicais, mas sempre num registo tranquilo
Lucilia Monteiro
A Chess & Hats está entre a última leva de lojas a abrir nas Galerias Lumière, no Porto, há menos de um ano, mas parece que sempre ali esteve – entre as páginas de poesia e teatro da Livraria Poetria e as escolhas, de moda e design, do japonês Yoske Nishiumu para a loja Out to Lunch. “Nesta loja consegui reunir duas paixões: os chapéus e o xadrez”, diz Sven Fiel, 41 anos, o mentor deste espaço quase poético, que permite, até, aos clientes jogar xadrez num tabuleiro dos anos 50. Seja pelos quadrados do piso (a preto e branco, claro), os delicados desenhos do papel de parede, os diversos tabuleiros ou os muitos chapéus ali expostos, por momentos, seguimos diretamente para o imaginário de um film noir…
Natural de Leiria, mas a viver no Porto há 15 anos, Sven andou muito para aqui chegar. “Fui estilista, tive duas lojas de roupa, envolvi-me com as artes de palco, mas estou sempre aberto a novos desafios”, frisa. A aparência tranquila, a voz pausada e o chapéu (imagem de marca, diz) contrastam com a inquietação quotidiana que o levou da moda à performance, da música ao teatro e, mais recentemente, ao xadrez. “É preciso não nos acomodarmos, termos curiosidade sobre as coisas”, dispara.

Entre os 500 modelos disponíveis, há tabuleiros de xadrez modernos, minimalistas e clássicos, com peças em madeira, metal e pedra
Lucilia Monteiro
Na loja, exibem-se cerca de 200 chapéus, cuidadosamente alinhados, em 30 modelos (cinzentos, bordeaux, azuis, verdes e castanhos), de duas marcas apenas: a Olivier e a Stetson. Além de várias abas e tamanhos, todos, diz Sven, têm pormenores distintos. Ao lado, surgem os tabuleiros de xadrez modernos e minimalistas, bem como outros clássicos, com peças em madeira, metal e pedra. No catálogo há 500 modelos disponíveis, entre os portáteis comuns e exemplares únicos, apreciados por colecionadores, que chegam a custar 90 mil euros (além de relógios temporizadores para xadrez e livros sobre o assunto). Em breve, o primeiro tabuleiro de xadrez português, criado por Sven, feito em cortiça, azulejo e peças pintadas à mão, estará disponível. E com ele, Sven quer criar uma espécie de social chess, levando mais pessoas a este “jogo de guerra para jogar em paz” que ensina a pensar.

Na Chess & Hats encontram-se cerca de duas centenas de chapéus de duas marcas: a Olivier e a Stetson
Lucília Monteiro
Chess & Hats > Galerias Lumière > R. das Oliveiras, 72, Porto > T. 91 961 4179 > seg-sex 11h-19h, sáb 13h-19h