Se durante este mês de junho o leitor percorrer os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, é muito provável que encontre algumas toutinegras-de–barrete (Sylvia atricapilla, de seu nome científico). Trata-se de um passeriforme comum nas cidades e chama-se assim por causa da plumagem que mais parece um barrete. Dizem os entendidos que o seu canto rivaliza com o do melro-preto. Na fotografia que acompanha este texto está retratado, por sua vez, um chapim-azul (Parus caeruleus). Conhecido pela cor da sua coroa e das suas asas, também é uma ave muito frequente nos centros urbanos – e particularmente encantadora pelo facto de ser capaz de produzir duas ou três notas agudas.
Toutinegras e chapins são chamados para uma página da VISÃO Se7e dedicada a novos produtos por causa de um conjunto de peluches que está à venda na Gulbenkian, em Lisboa. Os bonecos, selecionados pelo responsável das lojas da fundação a partir de uma coleção da marca Wild Republic, reproduzem também o canto das aves. O som tem a garantia do encartado Cornell Lab of Ornithology e – garantimos também nós, que, apesar de não sermos encartados em ornitologia, gostamos de coisas bonitas – promete seduzir almas mais empedernidas no que diz respeito a estes assuntos da Natureza. Lindo, ouvir este chapim-azul de brincar. A ideia é que os visitantes (crianças e não só) possam, desta maneira, “levar para casa” um bocadinho da avifauna destes sete hectares no meio de Lisboa. “O que queremos”, diz Paula Corte-Real, “é criar outra relação das pessoas com o jardim”. Explica a arquiteta paisagista que, “se tudo correr bem e se não houver grande desestabilização do ecossistema, a grande tendência é para ir aumentando a biodiversidade”. Segundo os dados mais recentes, resultantes da pesquisa do biólogo João Eduardo Rabaça, estão identificadas 43 espécies de aves no jardim projetado por Gonçalo Ribeiro Telles. Falando de “desestabilização”, acrescente-se que esta se deve sobretudo… ao comportamento (nem sempre apropriado) dos visitantes. A verdade é que os cágados, trazidos de casa e depois largados nos lagos, têm constituído uma ameaça para as outras espécies, conta Paula Corte-Real. Bem como a insistência em dar comida aos patos. Ora aprendam, crianças e adultos.
Fundação Calouste Gulbenkian > Av. de Berna, 45A, Lisboa > T. 21 782 3000 > seg-sex 10h-18h (edifício sede), qua-seg 10h-18h (museu) > €15 (cada peluche)