TABERNÁCULO
-
R. de São Paulo, 218, Lisboa
-
12h-2h, sex-sáb e véspera de feriado até 3h
Desde a altura dos Santos Populares que a porta do número 218 da Rua de São Paulo, em Lisboa, se foi abrindo e deixando espreitar o que lá dentro se passava. Com mais ou menos mobília, os meses de verão serviram para ir compondo o Tabernáculo, dando corpo e alma à casa que promete finais de tarde e noites animadas na esquina com a Calçada da Bica Grande. O dono, Hernâni Miguel, um dos homens mais conhecidos da noite da capital, está sempre presente.
O que se vê na entrada não deixa adivinhar o que virá no fundo da sala. As boas-vindas são dadas por um retrato a preto e branco, pendurado num nicho na parede, com 57 notáveis do jazz, fotografados em 1958 uma imagem emblemática do Harlem, em Nova Iorque. Em pé, um manequim estático num balcão onde há telefonias antigas e infusões de gin da marca Te Gin by Antica Tradizione. São uma espécie de saquetas de chá para juntar à bebida que continua na moda. As mesas baixas e as bergères convidam a conversas intimistas ao som das lendas do soul, jazz e R&B, como Billie Holiday, Etta James, Nina Simone, Aretha Franklin, John Lee Hooker, BB King, Nat King Cole ou James Brown. As mesmas lendas cujas caras dão vida às portas das casas de banho. Rostos a preto e branco desenhados por Mariana Santos.
O Tabernáculo define-se como um wine bar de tapas e cocktails. Para picar, há petiscos em função da estação, tábuas de queijos, as conservas José Gourmet e a Mestre Henriques com os seus enchidos e presunto. Mas a cereja no topo do bolo é a adega com a assinatura e a experiência da Bacalhôa.
Neste edifício, uma construção manuelina de 1500, anterior portanto ao Terramoto, existe uma zona independente onde as paredes de pedra estão cheias de garrafas de vinhos emblemáticos da marca de vinhos de Azeitão e as barricas de madeira servem de mesa.
É aqui que, duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, haverá sessões de fado vadio regadas por bom vinho. Mesmo a apetecer para o início do outono.