A Casa do Sal, da Figueira da Foz, esteve, há duas semanas, no Fórum do Mar, na Exponor, em Matosinhos, a apresentar duas novidades: manteiga para barrar (€2,50/100g), feita em parceria com a Escola Superior Agrária de Coimbra, e produtos de cosmética, ambos concebidos a partir de salicórnia.
Os esfoliantes e hidratantes para mãos, rosto e corpo (€10), feitos à base de sal, salicórnia e azeite do Rabaçal, foram criados em parceria com a Cristais do Sal, uma empresa de cosméticos também daquela região. Jesus Zunzunegui, seu responsável, lembra que “a salicórnia é um potencializador da suavidade”.
Estes são, assim, novos produtos que se juntam ao sal para grelhados e saladas, flor de sal com pólen, sal marinho tradicional e queijo do Rabaçal temperado lançados pela Casa do Sal. Foi há cinco anos, depois de ficar desempregado, que José João Rodrigues, proprietário da marca, viu nas salinas da Figueira (onde a família possui 36 tanques) uma oportunidade de negócio.
Nessa altura, este ex-agente de desenvolvimento em projetos de luta contra a pobreza, interrogou-se: “Além do sal, o que pode ser aproveitado?” Aí, descobriu na salicórnia propriedades inexploradas, que nos últimos anos tem originado novos produtos. A Casa do Sal funciona em parceria com outras pequenas empresas, em redes colaborativas de produção local, uma das quais a Animar (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local).
Essa ajuda mútua vai “desde a criação dos produtos à sua comercialização e distribuição”, explica. Atualmente, está em processo de licenciamento no Infarmed.
O que é a salicórnia?
É uma planta que nasce, espontânea, nos talhos das salinas. Como é banhada com a água salgada do mar, tem um travo salgado, substituindo o sal na alimentação. A sua utilização mais generalizada é nas saladas, mas também é usada para temperar pratos.