Jakob Forssmed, ministro da Saúde Pública e Assuntos Sociais da Suécia, confirmou esta quinta-feira a existência de um novo caso da nova variante de Mpox no país, o primeiro fora do continente africano. “Tivemos a confirmação de que há um caso na Suécia da mais grave variante de Mpox”, referiu Forssmed, em conferência de imprensa. O caso surgiu poucas horas depois de a Organização Mundial de Saúde ter declarado a nova estirpe do vírus Mpox como “emergência de saúde pública global”.
De acordo com o Governo sueco, o caso foi detetado na região de Estocolmo e a pessoa infetada tinha regressado recentemente de uma região do continente africano onde existe um grande surto da doença. “O caso é o primeiro causado pelo Clade I que foi diagnosticado fora do continente africano. A pessoa afetada também foi infetada durante uma estadia numa zona de África onde há um grande surto de Mpox Clade I”, explicou Olivia Wigzell, diretora-geral da Agência sueca de Saúde Pública. Ainda segundo a responsável de saúde, o registo deste caso não se traduz no aumento do risco para a população sueca ou requer medidas de controlo. A pessoa infetada já se encontra a receber tratamento.
Esta é a segunda vez em três anos que a OMS declara a Mpox – que começou por ser conhecida como a varíola dos macacos – uma emergência de saúde pública. A nova estirpe, a “clade 1b”, detetada em setembro do ano passado na República Democrática do Congo, é mais mortal e mais transmissível do que as anteriores, tendo-se disseminado rapidamente pelo continente africano e provocado, desde o início do ano, 548 mortos. “Atualmente, todas as nossas províncias estão afetadas por este vírus”, confirmou Samuel-Roger Kamba, ministro da Saúde da República Democrática do Congo, à agência France Presse.
Transmitida de animais para humanos, esta doença viral provoca febre, dores musculares e lesões na pele. Identificada pela primeira vez em 1970, na atual República Democrática do Congo, a doença espalhou-se inicialmente apenas por países da África Ocidental e Central tendo provocado, posteriormente, surtos menores nos Estados Unidos e no Reino Unido, ainda durante o século XX. Já em 2022, a doença alastrou-se para fora de África, atingindo os quase 100 mil casos e cerca de 200 mortos em todo o mundo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde é provável que sejam identificados mais casos “nos próximos dias” na Europa. “A confirmação do subtipo mpox Clade 1 na Suécia reflete claramente a interligação do nosso mundo (…). É provável que mais casos importados sejam registados na região europeia nos próximos dias e nas próximas semanas”, pode ler-se num comunicado emitido pela OMS.