Num estudo publicado na revista The Journals of Gerontology, os investigadores da Universidade da Califórnia quiseram perceber a relação entre alterações de peso a partir de certa idade e uma longevidade que classificam como “excecional”. A investigação permitiu-lhe perceber que as mulheres que têm um peso estável depois dos 60 anos têm mais probabilidades de atingir as idades de 90, 95 e 100 anos.
A investigação baseou-se em dados de mais de 54 mil norte-americanas que já eram participantes de um estudo sobre as causas de doenças crónicas em mulheres após a menopausa, tendo ainda conta informações sobre fatores como o peso, condições médicas, consumo de álcool e tabagismo. Do total de mulheres, 56% viveram até ou 90 ou mais.
Nem perder nem ganhar
Aquelas que perderam, pelo menos, 5% de peso, em três anos, tinham 33% menos probabilidade de alcançar os 90 anos, 5% menos probabilidades de chegar aos 95 e 38% menos probabilidades de chegar aos 100, em comparação com as que mantiveram um peso estável.
A intencionalidade da perda de peso nas mulheres também foi analisada, sendo que as mulheres que tentaram perder peso tiveram 17% menos probabilidades de chegar aos 90 anos. Pior ainda para as que sofreram uma perda de peso não intencional: 51% menos probabilidades de chegar aos 90 anos.
“Se as mulheres mais velhas perderem peso quando não estão a tentar perder peso, pode ser um sinal de aviso de problemas de saúde e um indicador de diminuição da longevidade”, explica Aladdin Shadyab, professor associado da Universidade da Califórnia.
No entanto, apesar de a perda de peso ter sido associada a uma diminuição da longevidade, um aumento de peso de 5% ou mais não contribuiu para uma longevidade excecional, o que aponta para a importância de manter um peso estável.
De acordo com os investigadores, as conclusões retiradas deste estudo sugerem que a recomendação geral para a perda de peso em mulheres idosas possa não as ajudar a viver mais tempo.
“Este é, nomeadamente, o primeiro grande estudo a examinar a alteração de peso numa fase posterior da vida e a sua relação com uma longevidade excecional”, escreveram os investigadores.