Os investigadores suecos do estudo publicado na British Journal of Sports Medicine monitorizaram mais de um milhão de homens jovens na Suécia durante uma média de 33 anos, desde que fizeram um teste de aptidão militar, e compararam os níveis condição física registados nessa altura com as taxas de diagnóstico de cancro posteriores.
As provas físicas, que, até 2010, eram legalmente exigidas por volta dos 18 anos, consistiam em andar numa bicicleta estática, primeiro com um nível de resistência baixo durante cinco minutos, depois com um aumento da resistência de 25 watts por minuto até os participantes se mostrarem demasiado cansados para continuar.
A aptidão cardiorrespiratória é medida pela capacidade de uma pessoa fazer exercício aeróbico, que inclui, por exemplo, andar de bicicleta, nadar durante períodos prolongados, ou subir escadas.
Os participantes do estudo foram divididos pelos níveis baixo, moderado e elevado de aptidão cardiorrespiratória com base nos resultados do teste da bicicleta. Os investigadores observaram que os homens com uma capacidade cardiorrespiratório superior apresentavam um risco 19% inferior de cancro da cabeça e do pescoço e 20% inferior de cancro dos rins, em comparação com o grupo de baixa aptidão física.
Já o risco de cancro do pulmão, por sua vez, era 42% menor para os participantes em melhor forma cardiorrespiratória, resultado que pode ser condicionado pelos hábitos tabágicos dos indivíduos.
Sobre os cancros gastrointestinais, o estudo revelou que o risco para os participantes com uma boa condição física era cerca de 40% inferior para os cancros do esófago, do fígado, das vias biliares e da vesícula biliar e cerca de 20% inferior para o estômago e o cólon.
Apesar da observação de que o risco de cancro diminuiu à medida que o nível de aptidão física dos participantes aumenta, Aron Onerup, investigador de pós-doutoramento no Departamento de Pediatria da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, garante que “não é preciso atingir o nível de atleta de elite para ter um risco mais baixo”.
“Do ponto de vista da saúde pública, é possível ver o tipo de reduções de risco que se podem conseguir se forem feitos esforços de saúde pública para facilitar a atividade física e a aptidão física da população”, acredita Onerup.