Publicados na Nature Portfolio e à espera de revisão, os resultados de um estudo conduzido por investigadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington e do Sistema de Saúde dos Veteranos de Saint Louis apontam um risco acrescido de sequelas graves por cada reinfeção com o coronavírus.
Com dados dos registos de saúde dos veteranos americanos, a equipa caracterizou os riscos a seis meses de uma série de sequelas em mais de 257 mil pessoas que estiveram infetadas apenas uma vez, quase 39 mil com duas ou mais infeções – com os que tinham tido uma reinfeção a totalizarem 12,29%, os que tinham tido duas 0,76% e com três ou mais 0,08%, e um grupo de controlo de cerca de 5,4 milhões que nunca tinham tido Covid-19.
A média de intervalo entre a primeira infeção e a segunda foi de 79 dias e entre a segunda e a terceira de 65.
Em análise esteve o risco de mortalidade por qualquer causa, hospitalização e um conjunto pré-definido de sequelas, incluindo a bem conhecida fadiga e outros efeitos menos avaliados como dermatite atópica e neoplasmas. Mas se no caso da fadiga, o risco mais elevado ficou comprovado, os investigadores não encontraram qualquer relação entre a infeção com SARS-CoV-2 e a dermatite atópica ou neoplasmas.
No espaço de seis meses, os que tinham tido reinfeções apresentavam uma taxa de risco de morte por qualquer causa, um risco de hospitalização também mais elevado e um aumento do risco de sequelas pulmonares, cardiovasculares, renais, gastrointestinais e perturbações neurológicas e musculoesqueléticas.
Os investigadores concluíram ainda que independentemente do estado vacinal de uma pessoa, o risco aumenta consoante o número de reinfeções.