Um novo estudo publicado na última quarta-feira pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) concluiu que, quando a variante Delta, identificada na Índia em outubro de 2020, era predominante, a vacinação contra a Covid-19 e ter contraído a infeção anteriormente foram eficazes na prevenção contra a doença. Ainda assim, refere o estudo, a vacinação superou essa proteção.
A equipa teve em conta dados de mais de um milhão de pessoas, tanto na Califórnia como em Nova Iorque, e avaliou o risco de infeção e hospitalização por Covid-19 – estes dados só estavam disponíveis na Califórnia – em vacinados com e sem infeção prévia e em não vacinados com e sem infeção prévia, entre o final de maio e meados de novembro do ano passado. Contudo, o estudo não teve em conta o tempo de vacinação das pessoas e potencial diminuição da sua imunidade contra novas variantes.
Novos casos
Ao analisarem os dados, os investigadores deram conta de que as pessoas que tinham contraído anteriormente infeção pelo coronavírus tiveram taxas de novos casos mais altas do que as que tinham sido vacinadas sem histórico de infeção prévia. Essa tendência mudou à medida que a variante Delta se foi tornando predominante nos EUA, com a equipa a verificar que as taxas de novos casos de pessoas que sobreviveram a uma infeção anterior eram mais baixas do que as taxas verificadas nas que tinham sido vacinadas sem terem tido infeções prévias.
De acordo com a equipa, “antes da variante Delta, a vacinação contra a Covid-19 resultou em melhor proteção contra uma infeção subsequente do que ter sobrevivido a uma infeção anterior. Ao olhar para o verão e o outono de 2021, quando a Delta se tornou dominante neste país, no entanto, sobreviver a uma infeção prévia forneceu maior proteção contra infeções subsequentes do que a vacinação”.
Hospitalizações
Em relação ao risco de hospitalização por Covid-19, este valor foi significativamente maior entre pessoas não vacinadas sem diagnóstico prévio de Covid-19 do que entre qualquer outro grupo estudado. Estas análises fizeram com que os especialistas concluíssem que “a totalidade das evidências juntas sugere realmente que tanto a vacinação como a sobrevivência a uma infeção prévia de Covid-19 fornecem proteção contra uma reinfeção, uma infeção ou hospitalização subsequentes”.
Contudo, os investigadores afirmam que “ter Covid-19 pela primeira vez traz riscos significativos”, sendo que “vacinar e ser inoculado com os reforços é realmente a única opção segura para prevenir a infeção por Covid-19 e vir a ter complicações graves”.
De acordo com os investigadores, que alertam ainda que o estudo foi realizado antes de a variante Ómicron ter chegado aos EUA, “embora a epidemiologia da Covid-19 possa mudar à medida que surgem novas variantes, a vacinação continua a ser a estratégia mais segura para evitar futuras infeções por SARS-CoV-2, hospitalizações, efeitos de longo prazo e morte”.
“Os dados mostram claramente que a vacinação oferece a proteção mais segura contra a Covid-19 e uma proteção adicional para indivíduos que tiveram uma infeção prévia. Além disso, mostra que as pessoas que permanecem não vacinadas correm maior risco de hospitalização e morte” refere, num comunicado citado pela CNN, Erica Pan, epidemiologista do Departamento de Saúde Pública da Califórnia.