Portugal é um país de apreciadores de queijo. De acordo com um estudo de 2018 da Marktest, 88.7% da população portuguesa consumiu queijo nos últimos 12 meses (o que corresponde a cerca de 7 milhões e meio de pessoas, residentes no Continente e com 15 e mais anos).
O queijo flamengo é decididamente o tipo de queijo mais consumido, indicado por 61.5% dos inquiridos, seguido do queijo fresco (18.5%), queijo de cabra (11.8%) e queijo de ovelha (11.7%). O queijo da Serra (11.1%) – o mais antigo dos queijos portugueses e o mais famoso queijo de ovelha em Portugal – fecha a lista das cinco variedades mais consumidas.
O queijo é um alimento rico em proteína, cálcio e vitaminas, mas também pode ter um alto teor de gorduras e sódio. De acordo com Lourdes Castro Mortillaro, diretora do Laboratório de Alimentação da Universidade de Nova Iorque, o queijo é uma “proteína completa”, uma vez que contém todos os aminoácidos essenciais que o corpo necessita mas não consegue sintetizar por si só.
No entanto, como regra geral em relação a nutrição e alimentação, o queijo deve ser consumido em moderação e sobretudo inserido numa dieta equilibrada e variada – mas existem algumas especificidades a ter em conta em relação a este alimento.
Queijo ricota. Este tipo de queijo é uma das melhores alternativas em termos de benefícios para a saúde. O queijo ricota tem um alto teor de proteína, e pouca gordura. É feito através da coagulação das proteínas presentes no soro do leite, e pode ser consumido como se fosse um iogurte, acompanhado com fruta ou cereais, ou incluído em receitas doces ou salgadas.
A proteína proveniente do soro é facilmente absorvida pelo corpo, e como tem poucas gorduras, o queijo ricota é uma boa opção para quem queira perder peso, pois mantém-nos saciados por mais tempo. Uma boa regra para escolher queijos que se enquadrem nesta categoria é considerar uma proporção 1:10 de proteínas por calorias, de acordo com Emily Martorano, nutricionista da Universidade de Nova Iorque.
“Por cada 100 calorias, deve haver pelo menos 10 gramas de proteína – o que indica que é uma boa fonte de proteína e, por sua vez, um queijo mais saudável”, explica. Além do ricota, outros queijos com estas características são o queijo cheddar ou queijo suíço leve.
Queijos rijos. Gouda, parmigiano ou pecorino também são boas opções: no entanto, como contêm menos água e são mais concentrados, devem ser consumidos em moderação, e será necessária uma quantidade mais pequena para nos sentirmos saciados, embora seja fácil consumi-los em excesso. Isto também faz com que tenham uma maior concentração de sódio. “Se for hipertenso, se precisar de controlar a sua ingestão de sódio, ou tiver problemas renais, então provavelmente será melhor optar por um queijo mais mole”, aconselha Castro Mortillaro.
Feta e queijo de cabra. Estes dois tipos de queijo contém também probióticos, especialmente as versões feitas de forma artesanal. Os probióticos, bactérias benéficas que ajudam ao regulamento da flora intestinal, facilitam a digestão e ajudam na absorção dos nutrientes, podem ser encontrados em queijos como o provolone, Gouda, Edam e Gruyère.
Produtos processados são os principais a evitar. Tipos de queijo que sejam altamente processados – na forma de molho, creme ou fatias embaladas individualmente – são opções a evitar. Isto porque têm teores mais elevados de gordura e sódio, mas sem os benefícios proteicos que as alternativas mais naturais têm.
O mesmo pode ser dito de queijos que afirmam ser “magros” ou com “0% de gordura”. A não ser que o seu objetivo seja perder peso, Castro Mortillaro não acredita que haja razão para substituir as alternativas naturais, mesmo que com mais gorduras, pelas versões sem gordura. “É melhor ter uma quantidade menor de algo que seja apenas mais saudável, e apreciá-la”, aconselha.