“Já sabíamos que a pandemia ainda não tinha terminado”, constatou Raquel Duarte – da ARS Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto -, no Infarmed, nesta sexta-feira. E, se é verdade que as consequências do crescimento do número de casos de Covid-19 são hoje menores do que eram há um ano, também é verdade que a situação epidemiológica se está a agravar, o que foi aliás concensual entre os especialistas que subiram ao palco do auditório da Autoridade do Medicamento. Então, continua Raquel Duarte, “o tempo de agir é agora de forma a mantermos a situação controlada” e evitar que o Natal pague as favas.
Os especialistas propõem, por isso, o regresso de algumas medidas de restrição. Tais como:
- Acelerar a dose de reforço. Em Portugal, há já 630 mil pessoas com a terceira dose da vacina cotra a Covid-19, mas, por enquanto, ainda só as pessoas prioritárias receberam a terceira inoculação (mais velhos ou com doenças imunológicas associadas). Com a redução da eficácia das vacinas, os especialistas consideraram imperativo acelarar a admnistração da dose extra.
- Máscara obrigatória em espaços fechados e em eventos públicos.
- O regresso do teletrabalho, sempre que possível. E, quando não seja, as equipas devem ser desfasadas (em espelho) para evitar grandes concentrações de pessoas no mesmo local.
- Sempre que não seja possível garantir as medidas de segurança básicas, como a utilização de máscara ou o distanciamento físico, por exemplo, os eventos não devem ser realizados. Preferencialmente, as atividades devem ser organizadas no exterior ou de forma remota.
- Garantir ventilação e climatização adequadas em todos os espaços.
- Auto avaliação de risco. Sempre que alguém suspeite de que possa ter estado em contacto com uma pessoas infetada deve abster-se de estar em contacto com outros e fazer um teste de rastreio.
- Nos lares, as medidas de controlo de infeção devem continuar a adquirir um caráter ainda mais rigoroso, tendo sido aconselhado o pedido de certificado digital aos visitantes e a testagem regular aos funcionários é para continuar.
A estratégia defendida pelos especialistas no Infarmed resume-se a: vacinar, promover a qualidade do ar, a distância física, a utilização de máscara e aumentar o ritmo de testagem.