A síndrome associada à vacina da AstraZeneca designa-se de trombocitopenia trombótica induzida por vacina (VITT na sigla em inglês) e, de acordo com uma investigação realizada no Reino Unido, apesar de ser extremamente rara após a primeira dose, corresponde um a risco elevado de morte.
Na faixa etária de menos de 50 anos, a síndrome ocorre uma vez em cada 50 mil vacinados. O risco baixa para um por 100 mil acima dos 50 anos (e é muito elevado com a Covid-19). “É importante sublinhar que este tipo de reação à vacina da Oxford/AstraZeneca é muito rara”, alerta a hematologista Sue Pavord, que liderou o estudo, publicado no The New England Journal of Medicine. No entanto, para os que desenvolvem esta síndrome, os efeitos “podem ser devastadores”.
A investigação analisou o caso de 220 pacientes com idades entre os 18 e 79 anos, entre 22 de março e 6 de junho, com suspeita ou confirmação de VITT. A maioria das pessoas dirigiu-se ao hospital 14 dias após a inoculação e metade não tinha qualquer problema médico prévio nem fatores de risco acrescido. Nestes casos em análise, a VITT levou à morte de 23% dos doentes.
Mostraram-se mais suscetíveis ao desfecho trágico os pacientes com uma contagem muito baixa de plaquetas e hemorragias cerebrais – neste caso, o risco de morte aumenta para 73 por cento.
Em Portugal a vacina AstraZeneca passou a ser recomendada a pessoas com mais de 60 anos desde abril, depois do Comité de Avaliação de Risco em Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos informar que existe uma possível ligação entre a administração da vacina AstraZeneca e a ocorrência de eventos trombóticos em localizações atípicas.