Baltazar Nunes, investigador do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), começou por dizer que o R(t) (índice de transmissibilidades) “está estável desde março, embora com algumas oscilações”, embora o R(t) esteja agora em 1,07 e que isso “indica uma fase de crescimento”. Já quanto ao R(t) diário, o último resultado aponta para 1,11.
As regiões do Alentejo de Lisboa e Vale do Tejo são as que “têm um crescimento mais acentuado”, com o R(T) em 1,16 e 1,14, respetivamente. O Algarve e o Norte são as únicas que estão abaixo de 1, revelou, durante mais uma reunião de especialistas e políticos no auditório do Infarmed, em Lisboa.
Portugal “encontra-se em níveis baixos/moderados, mas com tendência crescente” ao nível da incidência, que está agora nos 60 casos por 100 mil habitantes,
A manterem-se estes valores para Lisboa e Alentejo a projeção do INSA é que se “atinjam os 120 casos por 100 mil habitantes em duas semanas a um mês”, referiu o especialista.
A abertura das escolas não causou alterações significativas na incidência, ao contrário do que tinha acontecido entre setembro e novembro.
Quanto à mobilidade, Baltazar Nunes disse que “Portugal encontra-se entre os países com menor redução da mobilidade” e, mostrando dados da Google, notou que estamos no grupo de países onde mais se tem circulado, nomeadamente “nos transportes públicos, lugares de retalho e locais de lazer”, notando que este é um resultado esperado devido ao levantamento das medidas de confinamento. O “índice de confinamento” está ao nível de agosto de 2020, revelou, quase a atingir a “fase pré-pandemia”
O investigador do INSA apresentou, pela primeira vez, um estudo sobre a efetividade das vacinas das Pfizer e da Moderna na faixa etária dos 80+ com vista a medir a “efetividade destas vacinas”, as que mais foram administradas neste grupo. As conclusões foram que a “efetividade é cerca de 80% contra infeção sintomática” e de 75% contra “infeção no geral, sintomática ou assintomática”. Um sinal “bastante bom” e que “sublinha” a importância da vacinação, além de que, lembrou, que este grupo etário não costuma entrar nos ensaios clínicos.