Com as decisões de manter a vacina da Astra/Zeneca para os maiores de 60 anos e a da Jonhson & Johnson para os maiores de 50 anos, o vice-almirante Gouveia e Melo teme que se possam “perder do plano de vacinação” cerca de 3,6 milhões de doses. Fazendo um ponto da situação sobre a vacinação na reunião do Infarmed, em Lisboa, o coordenador da task force disse que a sua “grande preocupação é com o ritmo de vacinas que chegam a território nacional e os critérios de utilização dessas vacinas”.
Até ontem, revelou, foram administradas 5,2 milhões de doses, sendo que 3,5 milhões correspondem a primeiras doses e 1,7 a segundas. Quanto às faixas etárias, mais de 85% de pessoas dos 60 aos 69 anos estarão vacinadas e cerca de 40% dos 50 aos 59 anos, a estas juntam-se os 96% dos 80+ e os 95% dos 70 aos 79 anos. “Uma elevada proteção nas faixas que contribuíram estatisticamente para os internamentos e os óbitos no último ano”, explicou.
Quanto à abertura de mais faixas etárias na próxima semana, o vice-almirante notou que quando se chega “a dois terços de cada faixa etária começam a aparecer menos pessoas, a experiência tem-nos dito que temos de abrir a faixa etária abaixo para manter o ritmo de vacinação.
Assim, ontem a abriu o agendamento para a faixa dos 50 anos, no dia 6 será a vez dos 40 anos e no fim de junho a dos 30. “Esperamos completar a faixa dos 30 entre a primeira e a segunda semana de agosto”, revelou, mas sem deixar de sublinhar que isso vai depender da “chegada das vacinas e das restrições à sua aplicação”, podendo este calendário andar “15 dias para trás ou 15 dias para a frente”.
O coordenador do plano de vacinação contra a Covid-19 deu ainda conta de algumas “preocupações micro”, como “as bolsas” de idosos que ficaram para trás e estão a ser localizados, os acamados e as comunidades isoladas geograficamente e sem acesso a cuidados de saúde.