No segundo trimestre de 2021, houve uma ligeira evolução positiva do número de vacinas disponíveis, no entanto, “o limite de idade de dois tipos de vacinas que estamos a usar pode condicionar a utilização até meio milhão de vacinas, apesar de estarmos a tomar medidas para mitigar este processo”, alertou o coordenador da task force do plano de vacinação na reunião que junta especialistas, membros do Governo e o Presidente da República, no auditório do Infarmed, em Lisboa.
Henrique Gouveia e Melo explicou também que, no terceiro trimestre de 2021, estas mesmas duas vacinas podem retirar ao plano cerca de 2,7 milhões de vacinas, acabando por “reduzir o ritmo de vacinação ligeiramente e atrasar a meta dos 70% da proteção da nossa população”.
“Entre hoje e amanhã”, assegura o vice-almirante, “o País atinge os três milhões de vacinas inoculadas, só no continente”, tendo já ultrapassado este número, se considerarmos também as ilhas. Até ao final da semana mais de 22% da população terá tomado a primeira dose de vacina, “já com uma proteção relativamernte elevada”, segundo o coordenador da task force.
Quanto aos níveis de cobertura atuais dos diferentes grupos etários, Gouveia e Melo revelou que “estamos a progredir fortemente na faixa etária dos 70 aos 79 anos”, enquanto que, nos mais de 80 anos, salvo pequenas exceções, já toda a população se encontra vacinada.
Segundo o coordenador da task force, a alteração da estratégia de vacinação, seguindo uma lógica de idade, tem tido “resultados muito positivos na simplificação do plano e na aceleração da proteção do grupo da população que mais necessita”.
No dia 23 de maio é expectável que todas as pessoas com mais de 60 anos estejam vacinadas, ou seja, “a faixa etária da população que, até agora, contribuiu com 96,4% dos óbitos por Covid-19”. Depois, o plano prevê que, a 13 de junho, estejam vacinadas todas as pessoas com mais de 50 anos e, a 1 de agosto, os maiores de 40. “Entre agosto e setembro teremos cerca de 70% da população vacinada, o que equivale a ter o grupo de mais de 30 anos quase todo vacinado”, acrescentou ainda Gouveia e Melo.
Na fase de abundância de vacinas que o País atravessa, o vice-almirante defendeu que a chave se encontra agora na fluidez e ritmo do processo e assegurou que, apesar de continuar a existir um grupo de comorbilidades e um grupo de resiliência, “o fator essencial é a vacinação por grupos etários decrescentes”.
Neste contexto foi criado um processo de agendamento de vacinação que, no entanto, se encontra atualmente num processo de alteração significativa e, por isso, “nas próximas duas semanas haverá eventualmente alguma perturbação” necessária para “passarmos a uma vacinação mais rápida”.
Por fim, o coordenador da task force salientou que, cada vez mais, a capacidade de agendamento deixará de ser local para passar a ser central e haverá um esforço para vacinar quem tem comorbilidades em contexto hospitalar, “deixando os postos de vacinação rápidos para fazer a faixa mais numerosa da nossa população”.