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Apesar de os números ainda serem altos, Portugal “é dos países que melhor está a controlar esta vaga”, refere o virologista Pedro Simas. E a explicação é factual e baseada nos números. Em pouco tempo conseguimos baixar o número médio de infeções nos últimos sete dias para metade. De 12 890 casos a 28 de janeiro para 6 414 a 7 de fevereiro.
E o confinamento total “com adesão das pessoas às medidas” do Governo foi a chave. “O vírus precisa das pessoas para se transmitir, sabia-se que com um bom confinamento interrompíamos abruptamente as cadeias de transmissão e foi isso que aconteceu. E o fecho das escolas fui muito importante também”, diz Simas.
Se “olharmos para a nossa curva” de infetados (ver gráfico em baixo), continua o especialista, entre 22 de janeiro e 7 de fevereiro, “vê-se uma grande descida em Portugal”. A Espanha também está a “decrescer, mas de forma mais lenta”, e o Reino Unido, por exemplo, também “decresceu bem”. A questão, nota, “é que nós tínhamos uma vaga muito alta, com muitos casos” e descemos a pique.
Países onde o número de casos é alto, mas está a descer
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A vermelho está a curva do número médio de infetados nos últimos 7 dias. (Fonte New York Times)
O virologista reforça que “esta tendência não é para todos os países” (ver gráfico em baixo). “Israel não está a controlar, a República Checa também não, França está outra vez a subir, a Suécia também não consegue controlar a pandemia e a Sérvia também está com números altos”.
Países onde o número de casos se mantém alto
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A vermelho está a curva do número médio de infetados nos últimos 7 dias. (Fonte New York Times)
Havendo medidas de confinamentos severas porque é que os resultados podem divergir tanto? A razão, de acordo com Pedro Simas, “é porque os confinamentos não estão a ser bem executados”, ou seja, a “adesão das pessoas é menor”. Porque, garante, “a biologia do vírus diz que, com um confinamento severo, ao fim de uma semana vê-se o seu efeito e foi o que aconteceu em Portugal e que continuou nas semanas seguintes”.
Carlos Antunes, um dos especialistas que analisa a evolução pandémica no País e que tem feito relatórios para os peritos que aconselham o Governo, corrobora. “Portugal está a reduzir rapidamente o número de infeções”, diz, explicando que, se “no início da pandemia demorávamos 22 dias para baixar para metade o número de infeções”, agora “estamos a demorar 17 dias”. O matemático e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa prevê que, a manter-se esta tendência, estando nós agora com uma média semanal 6 414 contágios, daqui a duas semanas estaremos nos cerca de três mil.