Este novo ventilador, o exovent-19, tem como base uma pressão negativa, ao contrário dos ventiladores convencionais, o que é mais eficaz para tratar a pneumonia aguda, como acontece em alguns casos de infeção por Covid-19, e doenças pulmonares crónicas.
Nos ventiladores convencionais, o doente é anestesiado e é-lhe dado um relaxante muscular antes de ser entubado. O tubo é colocado através da boca e vai até à traqueia, sendo, depois, ligado ao ventilador, que passa a bombear oxigénio para os pulmões.
Caso o doente precise de ficar ventilado durante muito tempo, realiza-se, normalmente, uma traqueostomia, ou seja, abre-se um buraco na garganta e liga-se o tubo diretamente à traqueia. Estes ventiladores fazem uma pressão positiva, empurrando ar para dentro dos pulmões. No entanto, existem técnicas menos invasivas de administrar este apoio, que não requerem que os doentes sejam anestesiados e intubados, ou seja, trazem vantagens para muitos doentes.
Como funciona este novo ventilador?
O doente fica deitado de barriga para cima e o ventilador é-lhe colocado de forma a cobri-lo desde o pescoço às ancas. O rosto fica, assim, livre para receber o oxigénio, no caso de os pulmões estarem danificados. Este oxigénio pode ser administrado através da máscara, em vez de um aparelho que necessita de um intenso fluxo de oxigénio.
Este novo aparelho vai exercer uma pressão negativa sobre o tórax, que vai fazê-lo expandir-se, aumentando o volume de ar que entra nos pulmões, enquanto o doente continua a respirar por ele próprio. A pressão pode ser controlada pelos médicos através de um monitor. Assim, durante o processo o doente não precisa de estar inconsciente. Este processo também traz benefícios para o coração, porque não lhe coloca tanta pressão, ao contrário dos ventiladores convencionais.
O exovent-19 ainda não foi aprovado pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (Medicines and Healthcare products Regulatory Agency) do Reino Unido. Depois de ser aprovado, será testado por várias unidades médicas no Reino Unido.
Este ventilador foi criado pela Exovent, uma equipa de profissionais de saúde (anestesistas, cirurgiões, médicos e enfermeiros dos cuidados intensivos, engenheiros e comerciais) do Reino Unido que nasceu em março de 2020.
De acordo com a OMS, antes da Covid-19, 6% das mortes a nível mundial eram resultado de doenças respiratórias crónicas, o que equivale a 3 milhões de mortes por ano.