Na Alemanha, as autoridades reconhecem não saber onde é que 75 % das pessoas que atualmente apresentam teste positivo para a Covid-19 ficaram infetadas. Na Áustria, o valor é de 77 por cento. Em Espanha, o Ministério da Saúde assumiu só ter conseguido identificar a origem de 7% das infeções registadas na última semana. França e Itália têm registo da localização de apenas 20% dos novos casos – dados do fim de outubro. Nos EUA, então, o valor é um absoluto desconhecido.
“As pessoas não se conseguem lembrar, ou então não querem…”, comentou Falko Liecke, vereador da saúde e juventude num bairro de Berlim, a capital alemã. “E atraso de uma semana para obter os resultados dos testes piora ainda mais as coisas”, sublinhou, citado pelo The Wall Street Journal. Pior, nem não há registo de app de telemóvel – como a “nossa” Stayaway Covid – que tenha sido amplamente adotada para ser útil neste contexto.
Isto para dizer que este também é um fenómeno português. Há pouco mais de um mês, a direção-geral da saúde reconhecia que há um grande desconhecimento neste tema no nosso País. Em conferência de imprensa, Graça Freitas comunicou que, atualmente, se consegue identificar um contacto de alguém com sintomas de Covid-19 em menos de 60% dos casos. O que quer dizer que em cerca de 40% das situações não se conhecem ligações epidemiológicas.
Além disso, esta dificuldade em rastrear os contactos de todos os positivos tende a aumentar à medida que também vão sendo confirmados novos casos da doença. Esta quarta-feira, 18, foi a vez de Marta Temido, a ministra da Saúde, reconhecer que, na região Norte, onde há uma efetiva maior pressão nos serviços de saúde, apenas se conseguiram identificar contactos de uma transmissão em 25% dos casos.