“Não podem obrigar as pessoas a usar uma máscara sabendo que a máscara está a matá-las. Vocês vão ser todos presos por crimes contra a humanidade.” No final de junho, vários cidadãos de Palm Beach, na Califórnia, revoltaram-se contra a aprovação do uso obrigatório de máscaras sociais. “Querem atirar o maravilhoso sistema respiratório de Deus pela porta fora”, contestou uma mulher na reunião do condado americano.
Desde que as máscaras faciais se começaram a proliferar por (quase) todos os países do mundo, as teorias da conspiração à volta das mesmas acompanharam o processo. Em abril, vários posts nas redes sociais alegavam que as máscaras causavam “hipóxia” – a redução do oxigénio no sangue e a intoxicação por dióxido de carbono.
Apesar de os especialistas terem desmentido rapidamente esta teoria, ela continuou a espalhar-se como um vírus – como se pode verificar no caso de Palm Beach. Por essa razão, cinco investigadores americanos realizaram um estudo para medir os níveis de oxigénio antes e depois da utilização de máscaras sociais.
As máscaras não alteram significativamente os níveis de oxigénio
As pessoas com doenças pulmonares têm um maior risco de retenção de dióxido de carbono. Por essa razão, os investigadores reuniram um grupo de trinta pessoas – 15 veteranos do exército com doenças pulmonares e 15 médicos saudáveis.
O teste foi simples: todos os participantes tiveram de fazer uma caminhada de seis minutos, sempre de máscara. Os níveis de oxigénio e dióxido de carbono do sangue foram medidos antes e depois da caminhada.
Quando terminaram o teste, os investigadores concluíram que não houve uma alteração substancial dos níveis de oxigénio de todos os participantes. De acordo com o estudo, o desconforto causado pelas máscaras está associado a fatores como a irritação dos nervos da cara, o calor do ar inalado ou até sentimentos de claustrofobia e ansiedade – mas os níveis de oxigénio e dióxido de carbono nunca se alteram significativamente.
Apesar de reconhecerem que a amostra de trinta pessoas é algo limitada, os médicos afirmaram que “o grupo demonstra nitidamente que as máscaras não têm um efeito significativo nos níveis de oxigénio em circunstâncias do dia-a-dia, como as caminhadas.”