A diretora-geral da Saúde afirmou hoje que as máscaras são um método que aumenta a proteção, mas “não são milagrosas”, defendendo que para diminuir o contágio de covid-19 é preciso reduzir o convívio, porque existe uma pandemia.
Graça Freitas comentava desta forma, na conferência regular das autoridades de saúde sobre a covid-19, o apelo do presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, para o uso de máscaras nas ruas, além dos espaços fechados, depois do número de infetados no concelho ter “aumentado muito”.
“Há um conjunto de medidas que fazem efeito e as máscaras ajudam essas medidas, são um método de barreira que aumenta a proteção, não são milagrosas, porque se fossem milagrosas era a única medida que nós recomendávamos”, afirmou.
Graça Freitas explicou que não é apenas uma medida que vai impedir que a pessoa contraia ou transmita o vírus. “O contágio é muito fácil e é um feixe de medidas que vai levar a que esse contágio diminua”, nomeadamente “menos contacto entre pessoas, menos confraternização”.
“Temos que dizer claramente que, neste momento, quando vamos ver os surtos” são principalmente famílias, depois situações sociais e laborais.
Por isso, vincou, “as famílias têm que entender que se vivem em casas diferentes, em núcleos diferentes e em bolhas diferentes quando se juntam estão a juntar mundos diferentes e basta uma pessoa infetada”.
Nesse sentido, alertou, “o convívio tem que ser também diminuído, nós estamos numa pandemia”.
Presente na conferência, a ministra da Saúde, Marta Temido, acrescentou que foram tomadas “as medidas necessárias no tempo correto, que é o tempo de evidência (prova), o tempo da consolidação que é o tempo da ponderação”.
“Queremos ser precoces, mas não queremos tomar medidas que sejam desproporcionais e afetar valores que sejam igualmente relevantes e a ponderação dos valores em presença é um dos aspetos mais importantes politicamente, tecnicamente e a quem assume responsabilidades”, sublinhou Marta Temido.
Graça Freitas sustentou que não é hábito das autoridades “tomar medidas que não sejam tão efetivas”, como gostariam, obrigatórias, no entanto, estão sempre abertas “à melhor evidência científica”.
“Não quer dizer que em situações específicas em que se prevê por qualquer motivo um ajuntamento maior de pessoas não possa vir a ser recomendada”, situação diferente “é recomendar o uso universal”, frisou.
Questionada na conferência sobre a proteção da parentalidade no acompanhamento dos filhos menores que precisem de estar em isolamento profilático ou em situação de doença, a ministra da Saúde afirmou que decorre da lei e já estava aprovada.
“É importante que se saiba que os pais têm direito ao acompanhamento dos filhos menores e, embora nós façamos o melhor possível para evitar encerramentos das escolas e a interrupção das atividades letivas, se a questão é a da proteção dos pais desses meninos ela está prevista em lei”, afirmou.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 910 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 1.855 em Portugal.
HN // JMR