O verão pode estar aí, mas o coronavírus não está de férias. Se baixarmos a guarda e nos deixarmos levar pelos desejos e pela saudade daqueles que foram os bons dias de verão pré-Covid, podemos estar a desperdiçar meses de contenção.
Ao ar livre, há medidas de segurança e prevenção que devem ser adotadas.
Usar máscara
As máscaras atuam como uma barreira contra o vírus. Quando espirramos, tossimos, falamos ou até mesmo respiramos são libertadas gotículas que são fonte de transmissão deste vírus. Mantermo-nos longe daqueles que nos parecem estar infetados não é suficiente, até porque existem ainda os doentes assintomáticos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 41% das transmissões podem partir destes indivíduos que não apresentam quaisquer sintomas.
A organização tem vindo a relativizar o risco de contágio através de partículas em suspensão no ar, no entanto, centenas de cientistas pedem agora à OMS, numa carta aberta, para não descartarem esta possibilidade, visto que existe uma crescente evidência da transmissão através de aerossóis (partículas mais pequenas que as gotículas já provadas como sendo condutoras do vírus).
Don Milton, especialista em aerossóis da Universidade de Maryland e um dos cientistas responsáveis pela carta aberta, alerta os seus seguidores do Twitter para a importância do uso de máscara. “É por isso que devemos usar máscara”.
Atenção onde toca
Apesar de a OMS não ter encontrado evidências conclusivas de que o coronavírus se possa transmitir através do contacto com superfícies, Graça Freitas, Diretora da Direção-Geral da Saúde, disse em maio que este “grau de incerteza” deve conduzir a um forte “grau de preocupação”.
Agora, com a possível transmissão através dos aerossóis, e podendo estes sobreviver durante horas, é importante tomar atenção onde tocamos e evitar contacto desnecessário.
Manter a distância
“Chegámos a um patamar neste surto em que as pessoas sentem-se cansadas da quarentena, das máscaras, e nasce por vezes um sentimento de complacência quando pensam que os casos estão a diminuir”, disse Jade Flinn da unidade de biocontenção do Hospital Johns Hopkins. Contudo, todos os dias são reportados milhares de novos casos mundialmente que comprovam que a pandemia está longe de terminar.
Após meses, surge uma inquietação e a vontade de reencontrarmos os nossos amigos e familiares. Mas é necessário manter sempre os 2 metros de distância e não ceder à vontade de demonstrar afeto. E se quiser marcar um encontro, pense em fazê-lo num lugar espaçoso e arejado, e sem nunca ultrapassar o número de pessoas permitidas em grupos.
Nos espaços públicos, lembre-se: respeite o espaço de cada um e não comprometa a sua saúde nem a dos outros.
O que faz na rua importa
Com a abertura de estabelecimentos comerciais e restaurantes, foram várias as pessoas que saíram das suas casas a fim de matar saudades do seu restaurante favorito. Apesar de todas as medidas de desinfecção aplicadas, continua a haver perigos, pois, enquanto come, a máscara é retirada, logo está mais exposto ao vírus.
Uma tarde passada na praia pode ser inofensiva, mas se essa mesma praia se encontrar lotada, pode representar um grande perigo. Tal como um passeio a um parque, ou a um miradouro, ou uma volta pela cidade. É necessário ter atenção ao número de pessoas presente num local.
Os especialistas realçam que a duração da interação com outros influencia o risco. É possível apanhar o vírus de uma pessoa que passa a correr por si, mas a probabilidade de isso acontecer é muito baixa quando comparada com horas passadas ao lado de um indivíduo.