Cientistas das universidades de Basileia e de Estocolmo, na Suíça e Suécia, respetivamente, criaram, em conjunto, um modelo dos efeitos da variação sazonal da transmissão do vírus responsável pela Covid-19. Os resultados confirmam “um pequeno pico no início de 2020 nas regiões com um clima mais temperado do Hemisfério Norte” seguindo-se de “um pico maior no inverno de 2020-2021”.
Utilizando o exemplo de outros coronavírus, os investigadores assumem que as transmissões irão diminuir durante a primavera e o verão, e que, com a chegada do inverno, o vírus poderá infetar até 100 milhões de pessoas. A recomendação destes cientistas é de que esta “janela de oportunidade” seja utilizada para “preparar os sistemas de saúde”.
Emma Hodcroft, uma das co-autoras do artigo, declarou à Sky News que “é difícil ter números exatos”, mas que o modelo “não é um cenário irracional”. A investigadora diz ainda que o importante não são os números exatos, mas sim a probabilidade de haver mais contaminações, caso exista um efeito sazonal, ressalvando que “estas previsões são feitas com base em suposições sobre como a sazonalidade afeta a transmissão, segundo o que acontece com outros coronavírus”.
Apesar de ainda não ser claro que a mudança de estação altere o ritmo de contágio do vírus, Richard Neher, principal autor do artigo publicado, defende que “se não estivermos cientes desta possibilidade, estaremos desprevenidos quando o inverno voltar”.