Um novo estudo da Universidade Estadual de Washington revelou o poder da curcumina, a substância ativa do açafrão-das-índias (também conhecido por curcuma), de inibir o desenvolvimento de cancro dos ossos, ao mesmo tempo que promove o crescimento de ossos saudáveis. A investigação pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos pós-operatórios para pessoas com osteossarcoma, o tipo mais comum de cancro dos ossos e o segundo cancro mais mortal em crianças.
Os pacientes oncológicos com este tipo de cancro são normalmente tratados com elevadas doses de quimioterapia antes e após cirurgias, o que pode trazer uma série de efeitos secundários graves. Os investigadores pretendem, com este estudo, desenvolver opções de tratamento mais suaves que minimizem o mal-estar dos pacientes, principalmente no pós-operatório em que estes têm de tomar medicamentos muito fortes contra a formação de tumores ósseos.
Para o estudo, os investigadores recorreram à impressão 3D, onde simularam formações ósseas feitas de fosfato de cálcio. Depois, incorporaram curcumina na prótese, deixando a substância encapsulada por células de gordura que garantiam a sua libertação gradual para a superfície óssea. Descobriram que este sistema inibiu o crescimento de 96% das células de osteossarcomas após 11 dias de tratamento, em comparação com amostras não tratadas. Mais, a substância promoveu o crescimento de células ósseas saudáveis.
A curcumina mostrou ter propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e propícias ao crescimento ósseo. Foi também provada a sua capacidade de prevenir vários tipos de cancro. “Biomoléculas naturais derivadas destes produtos de origem vegetal são pouco dispendiosas e uma alternativa segura aos medicamentos sintéticos”, concluiu Susmita Bose, coautora da investigação. No entanto, quando consumida apenas oralmente, a curcumina é metabolizada e eliminada pelo corpo antes de ter qualquer efeito.
“Este estudo introduz uma nova era de integração, em que a impressão 3D é combinada com o uso eficaz e seguro de medicina alternativa. Tal poderá originar novas ferramentas para a manutenção de tecido ósseo”, disse Bose.
Os investigadores estão agora a estudar os efeitos que outros compostos químicos poderão ter na biomedicina.