Desde 2013, nos EUA, que se celebra, na primeira quarta-feira de outubro, o National Kale Day (Dia Nacional da Kale), em que se são relembrados os imensos benefícios para a saúde desta couve-de-folhas. Por cá, apesar de a moda ter chegado um pouco mais tarde (e sem tanta veemência), este tipo de couve começou a entrar na dieta portuguesa e é, agora, recomendado em várias situações.
As couves são, por si só, plantas ricas em vitaminas, minerais, fibras e água, mas a kale já foi considerada um superalimento pela sua qualidade do ponto de vista nutricional, apesar de não existir uma definição científica para este termo, assim explica à VISÃO Ana Lúcia Silva, nutricionista do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
A especialista refere que os superalimentos contêm quantidades equilibradas e variadas de nutrientes essenciais e substâncias naturais protetoras capazes de reduzir a incidência de alguns problemas de saúde. “A kale reúne estas caraterísticas, por isso diria que é um superalimento”, esclarece.
À venda em vários supermercados portugueses e lojas de produtos naturais, esta couve, da família das Brassicáceas, é conhecida pelo seu baixo teor calórico, que ajuda a perder ou a manter o peso ideal, assim como pelas suas elevadas quantidades de fibra, que, de acordo com Ana Lúcia Silva, contribuem para a melhoria dos níveis de colesterol (diminui o LDL, o “mau” colesterol) e triglicéridos.
Além disso, a kale tem elevado teor de cálcio, um ótimo auxiliar do bom funcionamento dos ossos, ferro, que ajuda no transporte de oxigénio, potássio, que auxilia na manutenção da tensão arterial e vitaminas A, C, E e K, que ajudam a manter a saúde dos olhos, assim como auxiliam no aumento da absorção de ferro. A sua quantidade de proteínas também é elevada, cerca de 10%.
A kale tem, também, propriedades antioxidantes, não só devido às vitaminas A e C, mas também pela presença de luteína, que, segundo a nutricionista, estão associadas à prevenção de várias doenças cardiovasculares e diabetes, por exemplo.
Como a absorção do cálcio é muito boa, este alimento é uma ótima solução para os vegan, porque não consomem produtos lácteos e outros alimentos de origem animal ricos em cálcio. Para os desportistas, ingerir kale também é benéfico, já que a presença das vitaminas antioxidantes e dos minerais auxilia a recuperação dos eletrólitos perdidos depois do exercício.
Como ingeri-la
Esta couve pode consumir-se crua ou cozinhada, dando-se preferência às suas folhas, já que é lá que se concentra a maioria dos nutrientes. Caso seja cozinhada, não se deve colocá-la muito tempo em água, porque isso pode fazer com que se percam vitaminais e minerais hidrossolúveis.
Há várias receitas que incluem kale, como saladas de vários tipos, mas também pode servir de acompanhamento em pratos de carne e peixe. E, claro, é um ótimo alimento para colocar em sumos detox e batidos.
A nutricionista Ana Lúcia Silva recomenda a sua confeção simples, sem adição de gorduras animais ou sal, cozida a vapor ou salteada, por exemplo. “Eu gosto particularmente de a consumir numa salada quente, cozida a vapor, nos atuais bowls“, diz.