Os remédios usados para aliviar a tosse podem, afinal, não ser muito benéficos, podendo até provocar efeitos secundários nos pacientes.
Este é o resultado de uma nova investigação conduzida por investigadores da Universidade de Basileia, na Suíça, que dá conta de que uma em cada sete pessoas que toma este tipo de medicação tem, efetivamente, algum sintoma secundário.
Os investigadores compararam a toma de remédios para a tosse com a administração de um placebo em pacientes com tosses que duravam entre entre três e oito semanas, e não encontraram casos em que os primeiros tivessem ajudado realmente na recuperação ou bem estar dos doentes.
Pelo contrário, 14% dos pacientes analisados sentiram dores de cabeça, náuseas, desconforto no peito e, em alguns casos, agravamento da tosse.
Os investigadores analisaram vários ensaios clínicos e consideraram qualquer droga testada, excluindo apenas os remédios de medicina tradicional chinesa. Em relação aos fármacos utilizados, incluíram o salbutamol, usado para tratamento do asma, e outro com codeína, também antitússico.
“Nenhuma opção de tratamento foi associada a um claro benefício na recuperação da tosse ou em outras áreas relevantes para o paciente” depois de duas semanas ou um mês, escrevem os autores no artigo publicado na revista científica British Journal of General Practice.
Os investigadores dizem que é necessário trabalhar no sentido de avaliar os medicamentos presentes no mercado. Além disso, é importante que os médicos ocupem tempo da consulta a tranquilizar o paciente, em vez de receitar logo um medicamento.
“Considerando o problema do tratamento excessivo, gastar tempo com o paciente para explicar a doença pode ser crucial para a satisfação do paciente”, lê-se.