Investigadores da Universidade de Lund, na Suécia, analisaram todos os pais e os seus primogénitos nascidos no país entre 1994 e 2014, recolhendo informação sobre o nascimento, casos de cancro e reprodução medicamente assistida.
Em posse desses dados, os investigadores compararam os pais que tinham recorrido à técnica ICSI (injeção intracitoplasmática) para conseguir uma gravidez e os que se tinham tornado pais concebendo de forma natural ou através de FIV (Fertilização in Vitro). Os que não podiam ter filhos naturalmente ou através de FIV apresentavam um risco 47% de desenvolver a doença, enquanto os homens com menos de 50 tinham três vezes maior risco.
Na ICSI, um procedimento mais complexo e mais caro, os médicos injetam um único espermatozoide num óvulo. É o tratamento aconselhado a homens com contagens de espermatozoides muito baixas. Na FIV os espermatozoides são colocados junto aos óvulos, cabendo-lhes a tarefa da fertilização, num processo mais semelhante ao natural.
Os resultados sugerem que os homens dos casais que se submetem a ICSI têm um risco significativamente maior de cancro da próstata antes dos 50 anos. Não porque o procedimento tenha qualquer influência na doença, mas este é normalmente o último recurso de quem tenta ser pai.
Tumores não diagnosticados na próstata podem levar à infertilidade masculina, assim como níveis baixos de testosterona influenciam o desenvolvimento das duas doenças: o cancro da próstata e a infertilidade.