A dieta cetogénica está há algum tempo na moda e, sabe-se, aposta numa alimentação baseada em gorduras (das boas, claro), proteína em quantidade adequada e muita pouca (quase nenhuma) quantidade de hidratos de carbono. Neste caso, utiliza-se a gordura como fonte de energia. Os efeitos deste tipo de dieta são defendidos por muitas pessoas, porque controlam o apetite e ajudam a emagrecer de forma rápida, mas também criticados por outras, por poderem ser prejudiciais ao organismo.
Estudos anteriores tinham já mencionado vários problemas de saúde associados a este regime e, agora, há quem defenda novas razões para não seguir a dieta cetogénica. Apesar de haver quem pense que este regime aumenta a líbido, especialistas afirmam agora que o seu efeito pode ser precisamente o oposto.
Em entrevista ao The Independent, Lily Soutter, nutricionista britânica, disse que “algumas pesquisas mostram que uma dieta muito pobre em hidratos de carbono pode causar uma queda na função da tiroide”, já que existem alterações no equilíbrio hormonal da pessoa. Esse facto pode, segundo a especialista, fazer com que o cansaço e o mau humor aumentem, “como também pode afetar negativamente a líbido”.
Devido à redução drástica de ingestão de hidratos de carbono – segundo as regras da dieta, deve ingerir-se, no mínimo, 20g por dia e, no máximo, na sua versão mais alargada, 100g – as pessoas perdem energia, que pode fazer com que o desejo sexual diminua, já que tendem a sentir-se muito mais cansadas do que o normal. “Também podem existir dores de cabeça e sensação de gripe. Por isso, o desejo sexual pode diminuir drasticamente, uma vez que a pessoa não se sente bem fisicamente” afirma Marilyn Glenville, nutricionista e autora do livro The Natural Health Bible for Women.
Mas não tem apenas a ver com falta de energia: esta redução de hidratos de carbono também pode alterar a forma de o organismo produzir hormonas que controlam a líbido. Lily Soutter afirma que este tipo de dieta “pode aumentar a produção da hormona relacionada com o stress, o cortisol, e, assim, afetar negativamente o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, “essencial para manter as hormonas em equilíbrio”. A nutricionista afirma ainda que, a longo prazo, esta dieta também pode fazer com que a produção da hormona leptina seja reprimida, o que vai interferir com a capacidade de o nosso corpo regular as hormonas sexuais.
Além disso, os hidratos de carbono contêm glicose, que auxilia o organismo na produção de serotonina, uma das hormonas da felicidade. Este facto também pode fazer com o que o desejo sexual dimiunuia.