Chorar é diferente de lacrimejar. Estabelecido este ponto prévio, um estudo publicado na revista New Ideas in Psychology decidou-se a analisar os efeitos positivos para a saúde de lacrimejar.
O choro pode produzir um som alto, normalmente em resposta à dor, enquanto o lacrimejar – uma ação exclusiva do ser humano – é uma resposta emocional à dor ou à alegria.
Lacrimejar é como “dar um abraço a si mesmo”, dizem os investigadores.
Ao fazê-lo, produzimos químicos naturais que combatem o stress diário. “O percorrer das lágrimas pelas bochechas, lento e gentil, possui uma espécie de efeito de massagem, que estimula a produção de endorfinas aliviadoras do stresse pelo corpo, que levam a uma sensação de bem-estar. Por outras palavras, as lágrimas são como mimos a nós próprios”, explicam os investigadores do Hospital Universitário de Siena.
“O lacrimejar é um apelo à empatia alheia e pode melhorar o humor das pessoas. O efeito estabilizador do humor do choro pode acontecer durante uma emoção positiva intensa, como um filme romântico, o nascimento de uma criança ou o receber de uma medalha olímpica”, esclarece ainda o estudo
Segundo esta investigação, as mulheres produzem quatro vezes mais lágrimas que os homens. Os bebés recém-nascidos, por sua vez, apenas choram e não lacrimejam – só começam a produzir lágrimas a partir dos dois meses de idade.
Mas, afinal, porque somos a única espécie que se expressa emocionalmente através de lágrimas? A resposta a esta pergunta não é certa, mas existem pelo menos duas teorias: A primeira remonta à pré-história – acredita-se que quando o Homem começou a utilizar fogo em eventos fúnebres, as lágrimas causdadas pelo fumo ficaram associadas à tristeza sentida; A segunda defende uma perspetiva meramente biológica – os humanos choram como uma forma de eliminar do corpo quimicos armazenados pelo stresse emocional.