Um estudo recente da Universidade de Michigan, nos EUA, analisou os níveis de atividade física de várias mulheres, assim como os fatores que as faziam sentir felizes e realizadas, e concluíu que as que eram menos ativas fisicamente eram também as que olhavam para o exercício físico de forma mais exigente.
“A recomendação tradicional é que devemos treinar intensamente pelo menos 30 minutos para perdermos peso ou para melhorar a saúde. Embora recentemente comecem a ser recomendadas atividades de baixa Intensidade, em durações mais curtas, muitas pessoas não sabem nem acreditam que isso possa resultar”, disse Michelle Segar, investigadora e diretora da Universidade de Michigan.
Segar acrescenta que esta abordagem tradicional sobre o exercício pode ser desmotivadora e que devemos repensar a forma como encaramos a atividade física: “O nosso estudo revela que esta mensagem de exercício prejudica as experiências e objetivos que muitas mulheres têm para si mesmas.”
A pesquisa analisou oito grupos de mulheres brancas, negras e hispânicas, com idades entre os 22 e 49 anos, que foram classificadas como pessoas com um nível de atividade “alto” ou “baixo”. Todos os grupos partilhavam as mesmas convicções sobre felicidade e sucesso mas existiam disparidades na forma de encarar o exercício físico.
As mulheres mais sedentárias consideravam que para obter resultados, o exercício tinha de ser intenso. Também afirmaram que esta visão sobre atividade física tinha influência negativa naquilo que as fazia realmente felizes.
“O conflito direto sobre o que as mulheres com baixa atividade física acreditam e o que devem fazer, desmotiva-as”, explica Segar.
Por outro lado, as participantes mais ativas tinham uma visão mais flexível sobre o exercício, conseguindo lidar com normalidade com o facto de falhar um treino de vez em quando.
Segar indica que é necessário reeducar as mulheres para que possam descobrir novas formas de encarar o exercício físico, de maneira a motivá-las e mostrar-lhes que é melhor fazer atividades de baixa intensidade do que não praticar qualquer tipo exercício. A investigadora acredita ainda que para que as mulheres queiram ser fisicamente ativas é necessário estimular o seu gosto pelo exercício, em vez de o encararem como uma obrigação.