Quando oiço um ativista dizer que não podemos permitir os organismos geneticamente modificados (OGM) porque estes ainda não estão suficientemente testados, lembro-me sempre do dia em que um grupo de ativistas nas Filipinas destruiu um campo de testes de arroz dourado.
Repare-se no requinte: destroem campos de teste de OGM e depois argumentam que os OGM precisam de mais testes para garantir que são seguros.
O arroz dourado é uma variedade geneticamente modificada de arroz com níveis elevados de beta-caroteno, precursor da vitamina A. Nos países mais desenvolvidos, a carência de vitamina A não se discute, porque quase toda a gente consome fruta e legumes, onde o nutriente está presente. Mas em várias regiões pobres, sobretudo na Ásia, onde o arroz é praticamente o único alimento disponível para uma grande parte da população, a deficiência de vitamina A é um problema gravíssimo. Segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde, todos os anos morrem 1,15 milhões de crianças de complicações de saúde decorrentes desta carência, que afeta mais de 140 milhões de crianças até aos cinco anos. É também a principal causa de cegueira infantil: por ano, cerca de 350 mil crianças perdem a visão devido à carência de vitamina A. Mil crianças cegas por dia.
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