Em paralelo à conferência dos oceanos, a Sea Sheperd promoveu esta quarta-feira um painel de discussão focado na proteção de tubarões na União Europeia. Durante o evento, foi comunicado que a TAP se juntou à lista de companhias aéreas dedicadas em erradicar o comércio destes animais a nível global.
No contexto da campanha “Fly Without Fins”, a companhia aérea comprometeu-se em suspender o transporte de barbatanas nos seus voos, com objetivo de promover a sustentabilidade dos oceanos. Esta campanha reúne uma série de organizações de conservação marinha, como a Sharkproject International, Shark Guardian e Shark Educational Institute, para, juntas, convencerem as companhias aéreas a interromperem o transporte de barbatanas.
O movimento estende-se ainda à sociedade, uma vez que “todos podem se envolver nesta causa”, diz Tina Reiteur, membro da Sharkproject International. Basta fazer uma publicação na plataforma Twitter a agradecer ou solicitar que uma determinada companhia adote este conceito.
Através do site da Fly without Fins, é possível identificar uma lista das linhas aéreas, com um marca verde ou uma cruz vermelha junto delas, dependendo se aderiram ou não à erradicação do transporte de barbatanas de tubarões. Através disto, a campanha pretnde propagar o lema “Look before you book” – “Confirmar antes de reservar”.
“É um primeiro passo”, afirmou Fernando Reis, diretor-executivo da Sharks Educational Institute. Apesar de o transporte de tubarões ocorrer sobretudo por via marítima, o diretor considera que, com este movimento, “é possível obter mais capital de conhecimento e eventualmente conseguir com que as companhias de transporte marinho se juntem a esta causa”. Estima-se que o transporte aéreo não ultrapasse os 15% do total, mas a força mediática perante a população é muito superior à de uma companhia de transporte marinho, acrescentou.
A campanha, que foi considerada um avanço significativo pela Sea Shepherd, já engloba também a Royal Air Maroc. Marrocos é um país vizinho da União Europeia, logo, visto que muitos países europeus importam a carne de tubarões para depois a exportar para o mercado asiático, foi uma atitude “importante” para diminuir o comércio da carne de tubarão internacionalmente.
Os representantes desta coligação internacional consideraram também que a conquista pode servir como um passo fundamental para promover consciencialização de tubarões em Marrocos, uma vez que o “finning” ainda é legal no país. Isto é, a remoção das barbatanas e descarte do resto do corpo do tubarão no oceano.
Não obstante a este avanço, quando questionada sobre a eficiência desta campanha, a investigadora marinha Kristina Boerder reiterou a necessidade de implementar legislações e medidas que se apliquem às restantes partes do corpo deste animal, além das barbatanas.