Um dos rostos mais familiares da televisão portuguesa, Fátima Lopes aventurou-se num projeto diferente, com o objetivo de atrair talento para áreas onde ele mais falta faz. Mudar para Melhor, uma série de documentários no canal de YouTube Brands Channel, leva a apresentadora a viajar por todo o País, a conhecer (e dar a conhecer) profissões que nem sempre têm a atenção devida ou não conseguem atrair gente. Grande parte destas profissões são na área da sustentabilidade ambiental – pesca sustentável, turismo de natureza, investigação e, sobretudo, energias renováveis.
“Este projeto tem como objetivo atrair e reter talento para áreas onde falta muita mão-de-obra, áreas onde houve uma grande evolução nos últimos anos, mas que ainda são alvo de algum preconceito”, explica, na Conversa Verde. “Ainda se mantém uma ideia antiga de que são profissões duras e mal pagas, e a verdade é que os tempos evoluíram muito, estas profissões também e as respostas que existem no mercado são francamente mais ricas e diversas do que a generalidade das pessoas imagina. E, às vezes, com um retorno financeiro que também é inesperado.”
Fátima Lopes dá o exemplo da aquacultura, uma área que tem crescido imenso em Portugal, mas que continua a ser ignorada pelos biólogos, enquanto saída profissional. “Fui conhecer um projeto onde encontrei vários biólogos a trabalhar, que sentiram ter encontrado ali uma área de investigação de trabalho extremamente interessante, que justificava ficar em Portugal e não procurar uma saída no exterior.”
Há também casos de readaptação, como Fátima encontrou no turismo dos Açores. “Permite um outro caminho para os pescadores, que têm na atividade recreativa uma segunda oportunidade de trabalho. Ou seja, há alturas em que eventualmente a pesca não é tão produtiva, mas é possível fazer atividades com os turistas. E é enriquecedora também para eles, porque têm um contacto com os turistas, não estão apenas fechados na sua comunidade.” A apresentadora conta uma experiência sua num dos programas, em que saiu para o mar com um pescador, apanhou o seu próprio peixe, amanhou-o e cozinhou-o no restaurante.
Fátima Lopes acredita que estas profissões fazem parte de um caminho que tem de ser transversal a toda a sociedade – e que implicam mudanças na forma como encaramos a vida. “Há pequenos grandes hábitos que nós temos de começar a mudar de uma vez por todas. O consumismo do ‘porque sim’… Não pode ser. Chega uma estação nova e vou comprar mais quatro pares de calças, mais seis blusas… A pergunta é: precisamos? A moda, em termos ambientais, é do pior que há. Não devemos colaborar neste consumismo desenfreado. Compra-se tanto para quê? Às vezes, as pessoas nem sabem para que é que compram determinada coisa. Compram sem precisarem, só porque lhes apeteceu. Já não nos pode só apetecer.”
Veja o vídeo da Conversa Verde com Fátima Lopes, que esta quinta-feira, pelas 16h, vai estar na Feira do Livro de Lisboa a apresentar o seu livro Simply Flow, Atreve-te a abrandar.
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