A Conferência dos Oceanos, coorganizada pelos governos de Portugal e Quénia, entrou hoje no segundo dia, focando-se na promoção de economias sustentáveis em pequenos estados insulares, os mais dependentes dos recursos marinhos.
Apesar de a poluição marinha ter grandes impactos a nível global, o segundo dia desta conferência focou para o facto de os estados insulares serem afetados de forma particular, visto que as suas economias estão completamente suportadas no oceano.
“Dois terços do empregos nas Maldivas são proporcionados pelos oceanos”, diz Aminath Shauna, ministra do Ambiente do país, reiterando a vulnerabilidade acrescida das ilhas à poluição marinha. “Os oceanos permitem-nos sobreviver”, acrescentou, sublinhando que 60% do PIB do país advém do trabalho marinho.
Santa Lúcia, um pequeno Estado das Caraíbas, foi também uma das regiões destacadas como uma zona vulnerável à poluição dos oceanos. Durante a sua intervenção ao início da tarde, Shawn Edward, ministro da Educação e Desenvolvimento Sustentável, atestou de igual forma para a urgência de medidas de proteção marinha, para combater a poluição, que coloca em risco a fonte primária de alimentação do país. “Santa Lúcia depende do ambiente marinho para setores como a alimentação e turismo”, afirmou.
Não obstante as situações de fragilidade em que os estados insulares se encontram, os ministros, representantes e chefes de estado, na parte da manhã, procuraram elucidar sobre as iniciativas que já se encontram em ação nestas regiões e ainda nos países em desenvolvimento, de forma a gerarem uma melhor gestão dos recursos marinhos.
O Catar, por exemplo, decidiu destacar o investimento de cerca de 2 milhões de dólares para reparar o navio petroleiro Safar, evitando assim derrames de petróleo. Além disso, tem adotado medidas como limitação dos sacos plásticos de uso único por sacos de multiuso, medidas que tiveram sido implementadas no âmbito da “severa importância que o país tem atribuído aos oceanos naturais e aos recursos marinhos”, declarou o ministro do Ambiente do país.
Já em Moçambique, medidas como a aprovação de política e estratégica do mar, leis do mar e plano de ordenamento da pesca artesanal e estratégia de desenvolvimento da cultura já foram implementadas, de forma a contribuir para a valorização dos recursos marinhos, a segurança alimentar e ainda a geração de empregos.