A história remonta a 2000, quando as famílias suíças Bernhard e Zehnder compraram uma propriedade em Serpa, no Alentejo com o objetivo de produzir azeite segundo métodos biológicos. O resultado foi a Risca Grande, uma herdade produtora de azeites biológicos, cujo virgem-extra já foi considerado o melhor do mundo.
O nome do celebrado produto foi descoberto pelos donos num mapa antigo que tinha a designação Risca Grande atribuída à zona onde agora se situam os olivais da herdade, que se estendem por 105 hectares, onde que todo o cultivo é feito segundo as regras do cultivo biodinâmico. Aí existem um total de 20 mil oliveiras com idades compreendidas entre os 5 e os 500 anos de idade
A justificação prende-se com a vontade em apostar num modo de exploração mais sustentável em contraponto com a agricultura convencional. O objetivo é ter condições ambientais que no futuro permitam continuar a ter terrenos com a mesma qualidade e fertilidade de agora. Com a missão de garantir a qualidade e pureza do azeite, sem recurso a pesticidas nem adubos químicos, por exemplo.
Por isso, a terra não é lavrada no sentido tradicional e, ao invés, é cortada, três a quatro vezes por ano, triturada e espalhada por baixo das oliveiras. A grande vantagem desta técnica é que diminui o risco de erosão ao mesmo tempo que impede a seca do solo e incentiva o aparecimento de mais vida natural.
Outro fator distintivo da produção na Risca Grande é que componentes como o bagaço, ramos e folhas são reutilizados para aumentar a fertilidade do solo após a sua utilização no lagar. Há sempre também um grande cuidado em não apanhar as azeitonas que já estão no chão, algo que pode fazer toda a diferença.
Seis quilómetros para o Alqueva
A dedicação total à produção biológica já foi reconhecida com certificados prestigiados que atestam o cumprimento de normas como o do BRC-GSFS (British Retail Consortium – Global Standard for Food Safety), o da Uniao Europeia, ou o da associação biodinâmica “Demeter”. Os muitos prémios já recebidos pela Risca Grande ajudam a perceber esta qualidade, com destaque para a distinção de melhor azeite virgem-extra biológico do mundo pela BioFach (mais importante feira a nível mundial para o setor da produção biológica).
O reconhecimento no estrangeiro é uma das razões para 95% da produção ir para fora de Portugal. Um sucesso que ajuda na construção novos equipamentos, como uma conduta de seis quilómetros para ter acesso direto ao Alqueva que permite preservar a produção em períodos de seca sem prejudicar a sustentabilidade, revelam os responsáveis na “Ver Portugal”. A produção de mel biológico também está a ser estudada.
A expansão é o resultado lógico de uma produção sustentável portuguesa que continua a ser destaque e dá o exemplo para o futuro.