Inundações, secas, ondas de calor e incêndios vão ser uma ameaça em grande escala no futuro, à medida que as alterações climáticas se agravam. A conclusão é um relatório do do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, (IPCC na sigla em inglês), agora divulgado.
No documento, os cientistas sublinham que o impacto do aquecimento global já se faz sentir e que os efeitos vão aumentar com cada grau de temperatura adicional.
Mas se, por um lado, “ninguém no planeta vai escapar aos impactos das alterações climáticas”, o IPCC alerta que os “pobres” poderão ser mais castigados, sobretudo as populações carenciadas que vivem em regiões costeiras.
Regiões tropicais da África, América do Sul e da Ásia deverão sofrer mais inundações, devido ao aumento de tempestades. e regiões já vulneráveis, que registam constantemente cheias e deslizamentos de terra, como o Sudeste do Brasil, podem sofrer graves consequências com o aumento do volume de chuvas.
Previsões negras
O documento, divulgado em Yokohama, Japão, depois de uma cimeira de cinco dias, representa o aviso mais claro de sempre do IPCC sobre as consequências extremas da mudança do clima.
A segurança alimentar vai ser afetada pela redução de rendimentos provenientes do trigo, arroz e milho e os problemas atuais de saúde vão ser exacerbado, o número de mortos nas ondas de calor vai ser superior, assim como os casos de subnutrição.
Números cada vez maiores de pessoas vão ficar desalojadas na sequência de fenómenos climáticos extremos.
Ao mesmo tempo, o aumento das temperaturas, ao contribuir para um maior número de pobres, contribuirá também para um aumento do risco de conflitos violentos.
Este último relatório prevê que as temperaturas globais aumentem entre 0,3 a 4,8 graus ao longo do século (desde a Revolução Industrial só aumentou 0,7º). Já o nível do mar deverá subir entre 26 a 82 centímetros até 2100.