Para o zodíaco chinês, 2012 é o ano do Dragão de água. Este é uma personalidade mitológica de sucesso e sorte, mas imprevisível e stressado. Segundo os orientais, traz novas experiências, oportunidades e mudanças, que exigirão de nós sabedoria e capacidade de adaptação.
Parece-me um perfil adequado para o novo ano e acrescenta um prenúncio que estava em falta. Incerteza e stress são dados como adquiridos que não nos irão faltar neste ano. Já o prenúncio da sorte e do sucesso, esse sim, estava em falta. O tal incentivo, que tanto se fala e, que necessitamos para nos ajudar a mudar e adaptar aos tempos.
Em tempos de globalização, a China e outras nações emergentes, vão desempenhar papéis muito mais importantes nas nossas vidas. Devemos pois, disponibilizar-nos a aprender um pouco mais sobre eles. O zodíaco parece-me um início de tema tão bom como outro qualquer, como seria por exemplo, o poderio económico da China no mundo.
A China é, a par da Europa, uma civilização esplêndida e respeitada pela sua antiguidade. O seu poder económico tem vindo a aumentar progressivamente durante a última década, tendo-se acentuado mais recentemente no seguimento da crise financeira a Ocidente. No entanto, e confrontado com a desaceleração da economia global, que prejudica as suas exportações, o Dragão também anda preocupado. Porém, o Dragão de água, já traz sinais de que as dificuldades dos países avançados possam desencadear também uma mudança na estratégia de desenvolvimento da Ásia, com a China a pautar o caminho.
Pequim foi a capital escolhida para o lançamento do relatório “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), sobre estratégias para estimular o crescimento económico e geração de empregos, proteção ambiental e igualdade social. Este novo relatório da ONU identifica quais as medidas que podem acelerar uma mudança para a economia de baixo carbono, eficiência de recursos e inclusão social. A saber, a China, que no Natal nos entrou em casa compradora da EDP, é, a par dos Estados Unidos, o país que mais investe em energia renovável.
Com a crise, acordámos para a dura realidade que os países desenvolvidos vão perder os actuais padrões de vida. Mas é importante que a comunidade global olhe para além da crise e preste atenção à oportunidade de transformação estrutural do modelo económico vingente. A Economia Verde, no Contexto do Desenvolvimento Sustentável e da Erradicação da Pobreza, será um dos dois temas discutidos na Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável que se realizará no Rio de Janeiro em Junho de 2012.
Quiçá, o ano do Dragão de água possa ser o ano da tempestade perfeita, mas que seja também o ano da refundação do modelo económico vingente num modelo assente na eficiência de recursos e inclusão social. Ao qual… nos teremos que adaptar.