Posa para a fotografia com paciência e simpatia. Momentos depois, há-de chegar o Luso, o robô submarino que, a esta altura, já leva léguas de exploração no fundo do oceano. O chefe da missão ainda nessa tarde rumará a Nova Iorque, para acertar mais pormenores relativos a esse projecto magnífico que é tornar Portugal maior, no subsolo marinho, para lá das 200 milhas náuticas. Manuel Pinto de Abreu, 49 anos, o chefe da Estrutura de Missão da Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), conta já com uma vitória, desde que, no ano passado, as Nações Unidas reconheceram a jurisdição nacional sobre o banco hidrotermal Rainbow um oásis de vida marinha nos mares dos Açores.
Engenheiro hidrográfico e oceanógrafo, vice-reitor da Universidade Lusófona, Pinto de Abreu doutorou-se nos EUA com nota máxima. Conta o antigo colega de carteira e grande amigo Paulo Mónica, 47 anos: “É organizado, tem uma grande capacidade de trabalho e um enorme carisma.” Foi comandante de um navio da Marinha, participou em acções de busca e salvamento e também na fiscalização da pesca. Na recta final da “maior experiência científica do País na última década” até Maio de 2009, quando apresentar a proposta de alargamento à ONU o homem da EMEPC vê o mar como uma oportunidade. E uma paixão: “Sinto-me bem quando vou para dentro de água.”