No início da década de 80, quando Teresa Nunes, 49 anos, acabou o curso, conseguir detectar valores de poluentes atmosféricos, como óxidos de azoto e dióxido de enxofre, na zona de Estarreja, “era motivo de alegria”, ironiza a investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM). Um dos aliados no estudo de fenómenos de poluição atmosférica pode ser um balão que se eleva a centenas de metros, carregado de sensores.
Ajuda, quando não é uma dor de cabeça. Por vezes, os balões, equipados com sensores de medição de temperatura, pressão, humidade ou ozono, teimam em fi car presos a uma árvore e é preciso “andar atrás deles”, conta Teresa, também professora na Universidade de Aveiro. “Já houve alturas em que foi preciso disparar contra o balão para recuperar o material”, relata Casimiro Pio, 56 anos, director do CESAM.
Os dados recolhidos nestas campanhas são decisivos para perceber a influência das brisas marinhas no transporte de poluentes para o interior e na avaliação da qualidade do ar à superfície. Actualmente, a equipa, em colaboração com outros investigadores, tenta perceber porque é que, em pleno Parque Natural da Serra do Alvão, se regista o maior número de excedências, nas concentrações de ozono, a nível nacional.