Na manhã desta quarta-feira, um dia depois de duas jovens da Greve Climática Estudantil terem atingido o ministro do Ambiente com tinta verde, elementos da Climáximo pintaram de vermelho a entrada da FIL, em Lisboa, em protesto contra a World Aviation Festival, que decorre no edifício.
Os ativistas interromperam, de seguida, uma mesa redonda com alguns CEO de empresas de aviação, incluindo Luís Rodrigues, da TAP.
Em comunicado, o grupo acusa a indústria da aviação de ser culpada de “milhares de mortes e de despejos provocados pela crise climática todos os anos”, e de os responsáveis pela aviação “estarem reunidos num evento desenhado para expandir a capacidade de matar em massa”.
A conferência é descrita “como o local de planeamento do duplo crime do crescimento da aviação e do despojar das cidades para o usufruto dos ricos e de turistas”. “As empresas, os governos e os ultra-ricos estão, deliberadamente, a matar e a despejar dezenas de milhares de pessoas por todo o mundo. Eles sabem o que estão a fazer, e mesmo assim não vão parar de queimar combustíveis fósseis, voar nos seus jatos privados, construir mais hotéis e planear mais aeroportos”, diz Inês (não é fornecido o apelido), citada no comunicado e apresentada como “ativista da Climáximo.
O objetivo dos manifestantes, aliás, ultrapassa a indústria de aviação: exigem também “o fim dos despejos” e a reconversão dos alojamentos locais, hotéis e casas de luxo em habitação, segundo a mesma Inês: “Não podemos permitir que eventos criminosos como estes passem em branco. É a vez de serem eles a pagar pela destruição que estão a causar, sendo urgente: o fim das emissões de luxo, em particular, banir jatos privados; o fim dos despejos e a reconversão dos ALs, hotéis e residências de luxo para servirem a função social de alojamento das pessoas; e a redução da aviação, proibindo a construção de novos aeroportos, limitando voos e investindo na ferrovia, garantindo que esta transição seja paga pela indústria da aviação.”
Na União Europeia, o setor da aviação é responsável por 3,8% das emissões totais de dióxido de carbono. A nível internacional, de acordo com a Agência Internacional para a Energia, a indústria representa 2% do total de emissões relativas ao consumo de energia.