Durante a maior onda de calor dos últimos 35 anos que assolou Atenas no início de agosto de 2021, as visitas à Acrópole encerraram no período da tarde, entre as 12h e as 17h. A decisão foi tomada num dia em que a capital grega abafou debaixo de uns impiedosos 46 oC e as temperaturas sentidas no solo da colina rochosa do Partenon subiram a uns escaldantes 55 oC.
Por cá, o calor extremo ainda não interditou o Castelo de São Jorge ou a Torre dos Clérigos aos turistas, mas esse é um cenário cada vez mais provável. O turismo de cidade é, talvez, o segmento mais afetado pelo aumento da frequência e duração das ondas de calor. “Fazer férias nas cidades pode tornar-se inviável” durante certos períodos do ano, admite Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal. “As pessoas vêm passear; não vêm para ficar no ar condicionado dos hotéis”, sustenta Paulo Miguel Madeira, geógrafo e investigador no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa.