Em declarações à Lusa, Rui Rio, ex-líder do PSD e um dos nove subscritores que constituem o núcleo duro do Manifesto dos 50, afirmou que o objetivo desta audiência é “apresentar e debater o documento, para que este possa constituir-se como elemento base para a reforma da Justiça”.
“O Manifesto dos 50 é para ter continuidade, não é um papel que se lançou e acabou”, afirmou Rui Rio, acrescentando que a iniciativa “obriga a outras diligências, porque senão não há sobressalto” que acabe com a “preocupante inércia” dos agentes políticos relativamente à reforma da Justiça, como é defendido pelos subscritores.
Rui Rio referiu que o manifesto, que é liderado por “um núcleo duro” composto também por Maria de Lurdes Rodrigues, Ferro Rodrigues, David Justino, Vital Moreira, Paulo Mota Pinto, Mónica Quintela, Augusto Santos Silva e Daniel Proença de Carvalho, conta já com mais de 50 subscritores.
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Rio adiantou também que está previsto o “lançamento de mais 50 novos nomes de apoio ao manifesto”, referindo como novas personalidades que assinam o documento o conselheiro de Estado e economista Miguel Cadilhe, o antigo ministro Valente de Oliveira, Teresa Caeiro, do CDS-PP, a antiga vereadora da Câmara do Porto Manuela de Melo, o empresário Pedro Marques Lopes e o escritor Richard Zimler.
O Manifesto dos 50 foi conhecido há uma semana, com o grupo de 50 personalidades a assinarem o documento em defesa de um “sobressalto cívico” que acabe com a “preocupante inércia” dos agentes políticos relativamente à reforma da Justiça, num apelo ao Presidente da República, Governo e parlamento.
Os signatários “instam o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo, bem como todos os partidos políticos nacionais a tomarem as iniciativas necessárias para a concretização de uma reforma no setor da Justiça, que, respeitando integralmente a independência dos tribunais, a autonomia do Ministério Público e as garantias de defesa judicial, seja inequivocamente direcionada para a resolução dos estrangulamentos e das disfunções que desde há muito minam a sua eficácia e a sua legitimação pública”.
No texto considera-se que “a Justiça funciona quase inteiramente à margem de qualquer escrutínio ou responsabilidade democráticos, apesar de ser constitucionalmente administrada em nome do Povo” e que “o sentimento de impunidade que a ineficácia do sistema, por si só, já transmite para a sociedade, é, assim, agravado pelo défice dos mecanismos de avaliação interna existentes e pela falta de mecanismos de escrutínio externo descomprometido com o próprio aparelho judiciário”.
Para os subscritores, “a agravar a situação, o país continuou a assistir ao inconcebível, quando, tendo decorrido longos cinco meses entre o primeiro-ministro se ter demitido, na sequência do comunicado da PGR, e a sua cessação de funções, o Ministério Público nem sequer se dignou informá-lo sobre o objeto do inquérito nem o convocou para qualquer diligência processual”.
“Além de consubstanciarem uma indevida interferência no poder político, estes episódios também não são conformes às exigências do Estado de Direito democrático”, sustentam.
Entre os problemas identificados, os subscritores referem “as recorrentes quebras do segredo de justiça, com a participação ativa de grande parte da comunicação social” que “dão azo a julgamentos populares, boicotam a investigação e atropelam de forma grosseira os mais elementares direitos de muitos cidadãos, penalizando-os cruelmente para o resto das suas vidas, mesmo quando acabam judicialmente inocentados”.
Os elementos da plataforma que congrega os sindicatos e associações da PSP e GNR estiveram hoje reunidos para aprovar uma proposta sobre o suplemento de missão e que será enviada ao Ministério da Administração Interna (MAI), disse à Lusa o porta-voz da estrutura.
Bruno Pereira especificou que esta contraproposta foi consensualizada entre todos os elementos da plataforma e surge em reação à proposta apresentada pelo MAI na semana passada, que foi considerada inaceitável pelas estruturas da PSP e GNR, que defendem um suplementos de missão idêntico ao que foi atribuído pelo anterior Governo aos elementos da PJ.
O responsável, que é também presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia (SNOP), avançou também que os sindicatos e associações da PSP e GNR vão abandonar as negociações com o Governo “se não houver por parte do MAI” uma proposta com “bom senso” e que se aproxime dos valores que defendem para o suplemento de missão.
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O porta-voz da plataforma disse ainda que na reunião foram abordadas possíveis formas de luta caso o MAI mantenha o que chamou de “proposta inicial”.
Segundo a plataforma, a proposta do MAI para o novo suplemento de missão é “inaceitável e vexatória”, além de em alguns casos reduzir rendimentos.
O MAI propôs um novo suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR de entre 365,13 e 625,94 euros.
O suplemento proposto tem como referência os vencimentos base do diretor-nacional da PSP e do comandante-geral da GNR e substitui o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.
Com este novo suplemento de missão, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 12% da remuneração base do diretor nacional da PSP e do comandante da GNR, que é de é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os chefes da PSP e sargentos da GNR é de 9% e para os agentes e guardas é de 7%.
O atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança que os elementos da PSP e GNR recebem tem uma componente variável que corresponde a 20% do salário base e uma componente fixa de 100 euros.
O MAI garante que todos os elementos da GNR e da PSP “têm um aumento de retribuição” e que nenhum guarda ou polícia terá menos rendimento, passando a receber no mínimo mais 1.050 euros por ano, e para parte deles, mais do que isso.
A proposta do executivo “segue o mesmo racional de critérios do suplemento da PJ, que é fixar o suplemento em percentagens por referência ao salário do dirigente máximo da instituição”, pelo que “a proposta do Governo para a PSP e GNR foi fixar o suplemento em percentagens, próximas, que variam conforme as carreiras, face aos dirigentes máximos das respetivas forças de segurança”.
Os espetáculos de luzes com drones têm vindo a afirmar-se como uma alternativa ao tradicional fogo de artifício um pouco por todo o mundo, seja pela redução no nível de poluição e ruído como pelo menor risco de incêndio.
Portugal não fica indiferente à tendência. Veja, por exemplo, o caso das celebrações dos 50 anos do 25 de abril, que contaram com um espetáculo de drones, preparado pela IgnitionConcept, no Terreiro do Paço.
Mas foi em Songdo, na Coreia do Sul, onde a UVify alcançou um novo marco com um espetáculo de drones. A empresa bateu o recorde do maior número de veículos aéreos não-tripulados em voo simultâneo, com um total de 5.293 drones.
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Veja o vídeo
Em comunicado, a UVify explica que os drones utilizados foram especificamente concebidos para voos de alta precisão e para usos mais ‘intensos’ na área do entretenimento.
Todo o evento foi cuidadosamente planeado em cooperação com as autoridades locais. Uma vez que o espetáculo de drones foi realizado nas proximidades do Aeroporto de Internacional de Incheon, foi obter uma autorização especial, além de colaborar com os controladores de tráfego aéreo para garantir a segurança.
Mas a UVify não é a única empresa especializada em espetáculos de luzes com drones a bater recordes. Por exemplo, em 2023, durante a época natalícia, a norte-americana SkyElements bateu o recorde de maior representação aérea de uma personagem fictícia através de drones.
Segundo dados da organização responsável pelos recordes do Guinness, a empresa usou 1.499 drones para representar a figura de um boneco quebra-nozes. A SkyElements bateu também o recorde de maior imagem aérea realizada através de drones. Neste caso, a imagem aérea de uma árvore de Natal com presentes foi composta por 1.500 drones.
A tocha olímpica já está a França e com a sua entrada na cidade portuária de Marselha, na quarta-feira, 8, tiveram início as celebrações e a contagem decrescente para as Olimpíadas de Paris, de 26 de julho a 11 de agosto. Depois da primeira participação das mulheres nos Jogos Olímpicos (JO) em Paris 1900 e da criação da primeira Vila dos Atletas para Paris 1924, França sedia os JO pela primeira vez em 100 anos.
Na margem do rio Sena, junto ao Porto de la Bourdonnais, onde as embarcações turísticas se enchem amiúde de pessoas de várias nacionalidades, um grande relógio digital assinala quantos dias, horas, minutos e segundos faltam para arrancar uma das maiores provas desportivas do mundo, este ano no país de Pierre de Coubertin (1863-1937), o fundador dos jogos modernos.
A 26 de julho, as duas margens do Sena serão o cenário da cerimónia de abertura dos Jogos, com a previsão de cerca de 300 mil pessoas a assistir no local. O desfile das 206 comitivas dos países participante, com início na Aldeia Olímpica, em Saint-Denis, e terminando no Parque dos Campeões no Trocadéro, em frente à Torre Eiffel, pode demorar mais de sete horas.
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Este foi também um dos cenários escolhidos pelo Comité Olímpico de Portugal (COP) para captar fotografias e vídeos da nova coleção de trajes e equipamentos feitos especialmente para a equipa portuguesa que irá participar na 33.ª edição das Olimpíadas.
Modelos e antigos atletas olímpicos posam com os trajes e equipamentos da equipa nacional Crédito: Francisco Paraíso
A missão olímpica de Portugal, chefiada por Marco Alves pela segunda vez, depois da sua estreia no cargo em Tóquio’2020, ultima os preparativos, incluindo as roupas com que atletas se apresentarão em treino, em descanso ou em desfile.
A parceria do COP com a Decénio e a Joma repete-se, este ano com um novo conceito. Com o mundo a viver tempos de sobressalto, desde guerras a crises sócio-económicas, impera o medo entre as pessoas, por isso nada como investir no antídoto do medo, o amor, como explica Pedro Sequeira Ribeiro, diretor comercial e de marketing do COP.
A Decénio, marca nacional de Vila do Conde, desenhou a coleção dos trajes querendo passar a mensagem de espalhar amor e construir pontes entre os povos, inspirando-se no design dos Lenços dos Namorados, uma tradição portuguesa. “Representa o amor ao próximo, aos atletas e à seleção nacional “, reforça Carolina Rodrigues, responsável de marketing da Decénio.
A coleção com peças desenhadas para os homens e para as mulheres conta com materiais específicos para melhorar a qualidade dos polos, das saias ou dos bodies, por exemplo. Em breve, alguns dos acessórios, como o lenço, as meias e o boné, estarão à venda.
Susana Costa atleta do triplo salto a tirar uma selfie Crédito: Francisco Paraíso
Seguiu-se a conjugação do design dos trajes aplicado aos equipamentos desportivos, assinados pela Joma, sem descurar os óculos escuros da Okiatto by Shamir. Personalizados para todos os atletas, são feitos em Portugal, à mão por artesãos lusos, com armações em acetato italiano Mazzucchelli.
LETRA E, DE ELITE E DE ESPÍRITO DE EQUIPA
Além de dois modelos, o COP convidou quatro atletas “veteranos” para desfilarem nas margens do Sena: Susana Costa, atleta de triplo salto (9.º lugar nos JO Rio’2016), o triatleta João Pedro Silva (9.º lugar nos JO Londres’2012), a judoca Joana Ramos (9.º lugar nos JO Londres’2012 e Rio’2016), e João Rodrigues, velejador, hoje com 52 anos, recordista de presenças em JO, com sete participações ininterruptas entre Barcelona’1992 e o Rio’2016.
“Já tive muitas oportunidades, tive oportunidade de ser um atleta perfeitamente amador, depois profissional, depois lidar com o fim de carreira, e tive o privilégio de terminar a minha carreira nos Jogos Olímpicos. A última regata que fiz foi nos Jogos Olímpicos [no Rio’2016], foi a cereja no topo do bolo e ter sido porta-estandarte foi absolutamente fantástico”, recorda João Rodrigues, enquanto não é chamado para mais uma pose.
João Rodrigues, velejador e recordista de presenças em Jogos Olímpicos Crédito: Francisco Paraíso
Não estar presente nestes JO, não é assunto que o perturbe: “Vou gostar muito de os ver agora sentadinho no sofá”, brinca. A mensagem que deixa aos atletas mais novos é simples: “Divirtam-se”. Mas, nem sempre foi bem compreendida. “A minha definição de diversão é ser o mais profissional possível. Fazer algo, se possível, na perfeição, que possam transcender-se e sair de lá com a sensação de que fizeram o melhor que sabiam e podiam.”
Quando começou a competir aos 21 anos, em 1992, João Rodrigues, que também já presidiu à Comissão de Atletas Olímpicos, lembra que a equipa portuguesa só se conhecia nos JO, “não havia interação anterior a isso, era tudo muito mais amador”.
“A atenção que era dada aos Jogos resumia-se só ao evento. Hoje em dia, há um grande trabalho de comunicação, com o acompanhamento dos atletas e das suas performances nos campeonatos ao longo do ano. Havia atletas que só eram dados a conhecer quando entravam em prova. Do ponto de vista do espírito de equipa é fundamental que todos se vão conhecendo ao longo dos quatro anos entre cada olimpíada”, assegura o velejador madeirense.
Depois de uma carreira de 20 anos no alto rendimento, Joana Ramos decidiu terminar o seu percurso olímpico. Em 2020, escolheu a carreira e foi aos JO de Tóquio, mas no ano passado, com 41 anos, venceu o desejo de ser mãe e há seis meses nasceu a sua primeira filha.
Joana Ramos, judoca, também capta imagens de Paris Crédito: Francisco Paraíso
Ao longo das duas décadas, a judoca não sentiu ter de treinar mais por ser mulher ou por integrar a elite do alto rendimento. Uma das maiores dificuldades da sua modalidade é a necessidade de precisar de parceiros para treinar. “Se os homens têm maior quantidade de atletas a treinar, isso também faz com que tenham uma qualidade maior a competir, pois treinam com maior diversidade de parceiros”, exemplifica. “Quanto mais diversificado for o treino mais evoluímos em conjunto”, sublinha Joana Ramos.
“As meninas mais pequeninas até costumam treinar com os rapazes mais novos, mas depois se, por um lado, eles fisicamente estão ao nível, por outro, ao nível tático e técnico não estão, e isso também é uma lacuna. Estamos a tentar captar mais meninas para o desporto em geral, mas até fixar novos atletas demora.”
ESTRELAS E ESTREANTES SÃO TODOS IGUAIS
A última vez que a missão olímpica de Portugal foi a Paris, em novembro passado, visitou a Aldeia Olímpica, em Saint-Denis, a cerca de 18 quilómetros da Torre Eiffel.
Por enquanto, ainda não sabem quem são os países vizinhos, o que “às vezes, por questões culturais faz diferença”, conta Marco Alves. “Não olhamos para as bandeiras, mas para quem conhecemos nas comitivas”, acrescenta o chefe de missão. Mas há países a evitar, como os que perto dos JO se manifestam contra ou a favor de qualquer questão religiosa, de guerra ou geopolítica.
Entre todos os pormenores que podem fazer a diferença na organização de uma equipa olímpica, preferir ficar alojado no piso mais baixo é um deles. É a maneira de atletas e treinadores não perderem tempo em elevadores ou escadas e chegarem a horas ao pequeno-almoço ou aos transportes.
É o comité organizador dos JO que providencia o transporte desde a Aldeia Olímpica até aos locais das provas, ficando assim responsável por qualquer atraso que possa acontecer, permitindo adiar ou remarcar as provas.
Joana Ramos, judoca, e João Silva, triatleta, nas margens do rio Sena, em Paris Crédito: Francisco Paraíso
“A dinâmica do dia-a-dia daquelas semanas na aldeia é muito diferente da que se vive ao participar em campeonatos mundiais e europeus”, explica Marco Alves. “O impacto é muito grande nos atletas estreantes, por exemplo. De repente, estão ao lado de grandes estrelas do desporto mundial e percebem que são iguais a eles. Naquele momento estão todos ao mesmo nível”, destaca.
Faltam quase dois meses para o início dos JO e a preocupação e a polémica em torno da qualidade das águas do rio Sena continuam sem solução à vista. Para as provas de natação em águas abertas não há plano B – talvez seja uma tentativa para o comité organizador pressionar as autoridades locais. Em meados de abril, Tony Estanguet, diretor dos JO Paris, prometia: “O Sena estará operacional dentro de algumas semanas.” Certo é que as análises continuam com valores em nada satisfatórios para a saúde dos atletas.
O número de atletas de cada país condiciona o que cada comitiva pode levar, em quantidade e área ocupada. Mas o contentor que está a ser preparado para ir de Lisboa para Paris levará tudo na tentativa de serem auto-suficientes.
Depois de 92 atletas no Rio’2016 e em Tóquio’2020, Marco Alves estima agora passar os 70, mas por faltarem modalidades coletivas, como o futebol ou o andebol de edições anteriores, fica um objetivo mais difícil. Querem estar presentes em 66 eventos de medalha, de um total de 329, e para tal os resultados dos atletas nos respetivos campeonatos mundiais continuam a ser o melhor barómetro.
Por enquanto, e com alguns rankings ainda por fechar, são 11 as modalidades apuradas, mas podem aumentar na tentativa de cumprir as 17 do objetivo. Marco Alves é pragmático: “Queremos capitalizar os melhores resultados de Tóquio.” Esta foi, relembre-se, a melhor participação portuguesa em JO com quatro medalhas e 15 diplomas olímpicos, distinção entregue aos primeiros oito classificado, batendo os 13 de Atenas’2004.
Dentro do contentor seguirá tudo o que é necessário para montar um escritório, um lounge, um ginásio e uma clínica médica, a cargo de Gomes Pereira, diretor clínico do COP desde 2017, que também passou pela seleção nacional de futebol e pelo Sporting Clube de Portugal (e que foi também atleta olímpico, nas provas de natação nos Jogos de Montreal, em 1976). E se para Tóquio’2020 o contentor partiu de Portugal dois meses antes, para Paris bastam três dias.
A Aldeia Olímpica com capacidade para cerca de 14 500 atletas e o seu staff, com 82 edifícios, três mil apartamentos, 7 200 quartos, 14 250 cobertores, mesas de cabeceira e luzes de leitura, estendidos por 52 hectares entre Saint-Denis, a île Saint-Denis e Saint-Ouen, no norte de Paris, demorou sete anos a ser construída. Nesta pequena urbe haverá 600 máquinas de lavar e de secar roupa e um restaurante principal, aberto 24 horas, capaz de servir 40 mil refeições diárias, instalado na antiga Cité du Cinema, um complexo cinematográfico sonhado pelo cineasta Luc Besson, para que nenhum apetite voraz fique por satisfazer.
As Melhores Empresas Para Trabalhar já vão na 24ª edição, mas há sempre dúvidas a tirar ou quem queira conhecer melhor o processo que nos leva aos resultados finais. É por isso que, na sexta-feira, dia 17 de maio, às 11 horas, a Exame e o ManpowerGroup Portugal – responsáveis pelas MEPT 2024 – vão realizar uma sessão aberta de esclarecimentos, por via digital.
Qualquer empresa interessada pode participar e colocar questões, esteja ou não já inscrita na iniciativa ou mesmo que apenas queira saber um pouco mais sobre como tudo se processa.
Há cerca de dois meses, uma análise desenvolvida por investigadores de diferentes instituições de renome como a Universidade de Sydney e a Universidade Sorbonne, em Paris, França, tinha concluído que os alimentos ultraprocessados (UPF, na sigla inglesa) estão diretamente ligados a 32 efeitos negativos para a saúde. Dentro desta lista estava incluído, por exemplo, o maior risco de desenvolver alguns tipos de cancro, mas também de desenvolver diabetes tipo 2.
Agora, um longo estudo realizado ao longo de cerca de 30 anos por uma equipa de investigadores da Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts, EUA, e que analisou mais de 100 mil pessoas, concluiu que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um risco maior de morte precoce, sendo que os diferentes alimentos têm impactos negativos variáveis.
Os voluntários, seguidos entre 1986 e 2018, eram profissionais de saúde nos EUA e não tinham qualquer histórico de cancro, doenças cardiovasculares ou diabetes. Ao longo desse tempo, de dois em dois anos, foram recolhidas informações importantes acerca da sua saúde e comportamentos relacionados com estilo de vida. Além disso, de quatro em quatro anos, os voluntários preencheram questionários detalhados acerca da sua alimentação.
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A equipa dividiu os participantes em dois grupos: o que consumia menos alimentos ultraprocessados – três porções por dia, em média – e o que consumia mais UPF (sete porções por dia, em média).
Analisando os voluntários, a equipa identificou uma “correlação moderada” entre os alimentos ultraprocessados e o risco de morte, dando conta de que o primeiro grupo tinha um risco 4% maior de morte por qualquer causa, incluindo um risco 9% maior de morte por doenças neurodegenerativas.
“A associação positiva é principalmente impulsionada por alguns subgrupos, incluindo carne processada e bebidas adoçadas com açúcar ou artificialmente adoçadas”, diz, citado pela CNN, Mingyang Song, professor de epidemiologia clínica e nutrição na Escola de Saúde Pública TH Chan, de Harvard.
Dentro dos alimentos ultraprocessados, os riscos são maiores em alguns. De acordo com o investigador, as carnes processadas e os alimentos e bebidas açucarados não representam os mesmos riscos que os cereais integrais ultraprocessados.
Por exemplo, Song diz que os cereais e os pães integrais, que “também são considerados alimentos ultraprocessados”, “contêm vários nutrientes benéficos, como fibras, vitaminas e minerais”. “Por outro lado, acho que as pessoas devem tentar evitar ou limitar o consumo de certos alimentos ultraprocessados, como carne processada, bebidas adoçadas com açúcar e também bebidas potencialmente adoçadas artificialmente”, explica o especialista.
É necessário, agora, analisar de forma mais completa os componentes (aditivos ou emulsionantes, por exemplo) dos alimentos ultraprocessados que podem estar a ter impacto na saúde, para se poder agir em relação a essa análise.
“Se as pessoas mantiverem uma dieta geralmente saudável, não acho que precisem de ficar alarmadas”, afirma ainda Song.
Embora o estudo, publicado esta semana na revista The BMJ, tenha permitido tirar conclusões importantes, principalmente por ter sido realizado ao longo de quase três décadas, é importante notar que foi uma investigação observacional, ou seja, foi possível observar uma correlação, mas a equipa não é capaz de afirmar que os alimentos provocaram as mortes.
“O padrão alimentar geral continua a ser o fator predominante que determina os resultados em termos de saúde”, defende Song.
O novo Nokia 3210 vai buscar o nome ao icónico modelo de 1999, mas o aspeto faz mais lembrar o novo Nokia 6310 lançado este ano. O novo modelo da HMD tem um ecrã 2,4 polegadas TFT LCD com resolução QVGA e uma câmara traseira de 2 MP com flash LED.
Numa altura em que os ‘dumbphones’ estão a regressar, a HMD reforça a aposta neste mercado: as vendas do Nokia 2660 Flip duplicaram em 2023 e a empresa antecipa novo crescimento para este ano. Os utilizadores recorrem a este tipo de aparelhos como uma espécie de ‘detox’ do mundo digital, numa altura em que quase quatro em cada dez pessoas entre os 16 e os 24 anos se preocupam por estarem a passar demasiado tempo no smartphone.
Citado em comunicado, Lars Silberbauer, da CMO da HMD, afirma que “o Nokia 3210 tem a simplicidade no seu núcleo, permitindo aos consumidores estarem totalmente presentes. Esqueçam o ‘dumbphone’, este é o ‘fun phone’ de 2024”.
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Em termos de especificações, o novo Nokia 3210 tem sistema operativo S30+ com suporte a Cloud Apps, um chipset Unisoc T107 com 64 MB de RAM e 128 MB de armazenamento que podem ser expandidos até 32 GB com um cartão microSD. O modelo tem Bluetooth 5.0 e uma ligação jack 3,5 mm, rádio FM e o popular jogo Snake. A bateria de 1450 mAh pode ser recarregada com um cabo USB Tipo-C.
O novo telefone vai estar disponível, em preto, dourado e azul, num conjunto de mercados selecionados, com um preço a rondar os 80 euros.
“Não houve qualquer resposta da administração relativamente à proposta de aumento defendida pelos trabalhadores pelo que a luta continua”, disse Sara Gligo, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
Os trabalhadores da TST estão hoje em greve e já têm marcada outra paralisação para dia 28 por um aumento salarial mínimo de 80 euros e 9,60 euros de subsídio de refeição, assim como melhores condições de trabalho.
A adesão à greve de 24 horas dos trabalhadores da TST, que opera uma rede rodoviária no distrito de Setúbal, rondava às 08:15 de hoje os 90 a 95%, segundo Sara Gligo.
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Ainda de acordo com a dirigente sindical, a marcação da paralisação para hoje e para dia 28 surgiu depois de a empresa ter aplicado um aumento salarial de 5,89% e um novo subsídio de refeição, de 6,78 euros.
Esse aumento ocorreu depois de os trabalhadores terem rejeitado em plenário, em 15 de abril, o valor proposto pela empresa – um mínimo de 60 euros – e uma subida do subsídio de refeição para 7,30 euros, pagos em cartão de refeição.
Na altura, o sindicato informou a transportadora sobre a rejeição da proposta da empresa em plenário, procurando assim chegar a um valor de equilíbrio entre as duas partes.
Contudo, ainda segundo a dirigente sindical, dois dias depois, a empresa divulgou uma informação referindo que iria aplicar um aumento de 5,89%, “o que para alguns trabalhadores não representa mais 60 euros no vencimento”, e um subsídio de refeição no valor de 6,78 euros em dinheiro.
Sara Gligo adiantou que a decisão tomada pelos trabalhadores no plenário realizado hoje vai agora ser participada à empresa.
A TST serve os concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra e, segundo a dirigente sindical, tem um total de 900 trabalhadores.
O “Inquérito Europeu da Juventude CC-DRIVER 2021” conta com as respostas de quase oito mil jovens, entre 16 e 19 anos, do Reino Unido, França, Espanha, Alemanha, Itália, Países Baixos, Roménia, Suécia e Noruega.
Trata-se da primeira grande investigação que olha para os jovens não como vítimas do mundo digital, mas como possíveis agressores, salientou Tito de Morais, fundador do projeto MiúdosSegurosNa.Net, que convidou os investigadores responsáveis pelo estudo a participar numa conferência internacional no Porto.
O inquérito, realizado no verão de 2021, mostra a elevada prevalência da cibercriminalidade e do ciberdesvio entre os jovens.
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A investigação mapeou tanto situações ligadas à criminalidade, como pirataria ou assédio, quanto outras atitudes que podem colocar os adolescentes em risco, como é o caso da divulgação de material pornográfico.
Foram selecionados 20 comportamentos-chave, dos quais 13 são cibercriminosos e os restantes sete são atitudes desviantes ou atos perigosos, como ‘sexting’ ou a partilha de imagens violentas.
Quase metade dos inquiridos (47,76%) admitiu ter cometido alguma forma de cibercrime entre o verão de 2020 e o verão de 2021.
O crime mais recorrente foi a pirataria digital, com um em cada três jovens a admitir fazê-lo.
Mas também são muitos os que frequentam mercados ilegais de jogos de azar (um quinto) ou que aceitam fazer lavagem de dinheiro ou transportar dinheiro de um lado para o outro.
“Um em cada oito jovens funcionou como mula financeira”, sublinhou Tito de Morais. Seguem-se os discursos de ódio, ‘ciberbullying’ ou ‘hacking’, que são praticados por cerca de 10% dos jovens.
Um em cada onze jovens admitiu ter estado envolvido em ações de ‘phishing’ para obter dados pessoais de terceiros, ter partilhado sem autorização conteúdos íntimos, ter realizado fraudes ‘online’, participado no roubo de identidade ou em discursos racistas ou xenófobos.
O estudo revela ainda que um em cada 13 jovens se envolveu em situações de extorsão sexual online.
Mas nem todos os comportamentos perigosos estão tipificados como crimes, até porque a maioria esteve envolvida em ações consideradas desviantes ou de risco (69,1%).
Um em cada cinco admitiu ter trocado mensagens eróticas (‘sexting’) ou ter partilhado materiais violentos, mas foram ainda mais os que seguiram alguém na internet sem que a pessoa soubesse (‘tracking’) ou que chatearam alguém online intencionalmente (‘trolling’).
Outros dos comportamentos mais habituais foram enviar mensagens de ‘spam’ ou mensagens de cariz sexual (um em cada sete).
Os jovens portugueses não foram inquiridos, mas Tito de Morais acredita que a realidade nacional não deverá ser muito diferente, até porque o estudo mostrou “não haver grandes variações entre os jovens dos nove países”.
“A internet é um nivelador. O que acontece nos outros países acontece também aqui, mas era importante ter um estudo nacional sobre esta matéria”, defendeu Tito de Morais em entrevista à Lusa.
Tal como no mundo ‘offline’, os rapazes têm mais probabilidades (74%) de se envolver em cibercrime ou de se colocarem em situações de perigo do que as raparigas (65%) e há mais casos entre jovens que já têm um histórico de “delinquência ‘offline'”.
Os investigadores salientam que a adolescência é, por definição, um momento da vida em que as pessoas se sentem mais atraídas pelo perigo e o estudo mostra que a maioria dos participantes esteve em espaços ‘online’ perigosos.
O estudo alerta também para a elevada percentagem de jovens (37,8%) que gasta diariamente o equivalente a um dia de trabalho, ou seja, pelo menos oito horas diárias, em frente a um ecrã.
Apenas 11,6% estão menos de três horas diárias ‘online’ e quase metade está entre quatro e sete horas nos seus dispositivos digitais.
Entre os jovens, é normal ter várias contas da mesma plataforma (cerca de 67%), uma mais pública e aberta a todos e outras para grupos mais restritos, o que os investigadores dizem apontar “para utilizações dissimuladas das redes sociais”.
Quase metade dos inquiridos (46,8%) acredita que os comportamentos perigosos ‘online’ aumentaram devido às restrições e confinamento provocados pela pandemia de covid-19.